A Organização Mundial da Saúde (OMS) avalia declarar a epidemia de mpox como emergência global.
Na quarta-feira 7, o diretor da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou que convocará comitê de emergência para avaliar este tema.
"Dada a propagação da mpox fora da República Democrática do Congo (RDC) e a possibilidade de uma nova propagação internacional dentro e fora da África, decidi convocar um comitê de emergência para me aconselhar sobre se a epidemia constitui uma emergência de saúde pública de interesse internacional. O comitê irá se reunir o mais rápido possível", declarou Ghebreyesus, de acordo com o iG.
Antes conhecida como varíola dos macacos, a mpox aterrorizou a população gay dos países do Ocidente em 2022. Só nos Estados Unidos, naquele ano, houve 31.698 casos confirmados e 56 mortes.
O vírus circula há décadas na África e a preocupação atual é com a República Democrática do Congo. Este ano, mais de 14 mil pessoas foram afetadas e 511 morreram pela doença. O número já igualou o registrado em todo o ano passado.
Além disso, quatro países vizinhos que nunca haviam tido registro da doença somaram 50 casos nos últimos meses: Uganda, Ruanda, Burundi e Quênia.
Preocupa as autoridades sanitárias que a cepa que circula hoje é muito mais mortal que aquela que atingiu o Ocidente há dois anos.
A atual epidemia está associada a uma ramificação do clado 1, chamado de clado 1b, que causa uma forma mais grave da doença. A cepa que circulou globalmente era o clado 2.
Na África, o vírus tem feito vítimas de ambos os sexos, independente da orientação sexual. Ele pode ser transmitido por relações sexuais ou outras formas de contato físico.
O principal sintoma do mpox são erupções cutâneas em forma de bolhas que surgem em vários locais do corpo, mas, em especial, na boca e órgãos genitais. Também pode haver febre, dor de garganta e dor nos gânglios linfáticos.
O diretor da OMS informou que há duas vacinas aprovadas e o processo para uso emergencial já foi liberado para facilitar o acesso sobretudo dos países de baixa renda.
O vírus se comporta de maneira mais violenta em quem está com sistema imune comprometido, como em tratamento de câncer ou portadores de HIV que não fazem uso de antirretrovirais.