Para a ministra da Saúde, Nísia Trindade, "não há motivo de alarme, mas, sim, de alerta" sobre o número de casos de mpox no Brasil.
A declaração, na quarta-feira 14, foi dada no mesmo dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o vírus emergência de saúde mundial por causa do aumento das infecções, sobretudo na África.
"No momento, não há registros de uma grande preocupação, mas vai haver várias medidas para serem tomadas. Alertas para viajantes e uma série de questões que devem ser feitas em situações como essa”, explicou a ministra.
Mais
>>> OMS pode declarar mpox uma emergência global
>>> Nova cepa da mpox é ainda mais mortal
Trindade avisou que um comitê será criado com a ajuda da Anvisa, do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e de outros órgãos para analisar a situação, incluindo necessidade de vacinação.
Se houver imunização, a ministra afirmou que "certamente não será em massa". No início de 2023, a vacina esteve voltada a grupos específicos, como homens gays.
Neste ano, o Brasil já somou 709 casos de mpox. A última morte ocorreu em abril de 2023 - ao todo, o vírus ceifou 16 vidas
O mpox - antes conhecido como varíola dos macacos - chegou no Brasil e no Ocidente em 2022. Até então, o vírus estava restrito à África e atingia, na maioria das vezes, quem tivesse contato com animais doentes - em especial, roedores.
No Ocidente, a doença se espalhou sobretudo pelo contato sexual e dentre homens gays e bissexuais. Nos Estados Unidos, 98% dos contaminados eram homens que faziam sexo com homens.
O alerta mundial se dá porque na África este ano está em circulação uma cepa muito mais mortal do mpox.
A cepa que circulou no Ocidente, até então, era a chamada clado 2. Na África, a cepa clado 1 sofreu ramificação.e a quem feito mais vítimas é a clado 1b.
Este ano, mais de 14 mil pessoas foram afetadas na República Democrática do Congo e 511 morreram em decorrência do vírus. Para se ter uma ideia do aumento da letalidade, em 2022, os Estados Unidos tiveram 31.698 casos e 56 mortes.
Nos últimos meses, países vizinhos do Congo - como Ruanda e Quênia - que nunca tiveram registros da doença começaram a apresentar infecções.
Entre os sintomas, o mpox apresenta erupções cutâneas que podem atingir todo o corpo, incluindo boca e pênis, febre, dores no corpo, aumento dos gânglios e fraqueza.
O vírus, até o momento, se apresenta mais violento em pessoas com sistema imune comprometido, como em tratamento de câncer ou soropositvos para HIV que não fazem uso de antirretroviral.