Nasceram, na quarta-feira 23, os primeiros bebês gerados com DNA de dois pais no Brasil.
Maya e Marc vieram ao mundo, respectivamente, às 11h08 e 11h10 em hospital de Brasília.
As crianças são filhas do casal Gustavo Catunda e Roberto Rosselló, que está junto há 10 anos. Eles têm registrado todo o processo de gestação e nascimento em suas redes.
"Hoje foi sem dúvidas o dia mais longo e mais emocionante das nossas vidas. O sentimento é impossível de se descrever. Não, nunca sentimos nada que se comparasse ao sentimento que tivemos hoje! Nosso amor de casal, que já era o maior do mundo, agora tomou uma proporção imensurável. O amor de uma família que se formou hoje. Nosso maior legado!", escreveu o casal.
Uma prima de Gustavo, Lorenna Resende, foi a barriga solidária do casal. Em uma clínica especializada em reprodução assistida, foi realizada fertilização in vitro.
Robert doou os espermatozóides e a irmã de Gustavo, Camila Catunda, os óvulos. Após a fecundação, os óvulos foram implantados no útero de Lorenna. As crianças ficaram, portanto, com material genético tanto de Robert quanto de Gustavo, por meio da irmã.
A técnica foi possível após a publicação da resolução 2294 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que permite a utilização de óvulos de parentes de até quarto grau para gerar bebês.
Em 2015, o casal já havia tentado ter filhos dessa maneira. No entanto, a legislação brasileira só permitia que a doação de material genético fosse anônima, sem que se soubesse quem foi a doadora dos óvulos.
A utilização da prima de Gustavo no processo foi necessária porque a resolução do CFM determina que a doadora dos óvulos não seja a mesma mulher que vai gestar a criança para não configurar vínculo materno.