O apedrejamento e a derrubada de muro de até três metros em cima de homossexuais com intenção de matá-los podem se ampliar no Afeganistão após a saída das tropas dos EUA do país. .
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Esse é o temor no país que há 20 anos vive sob intervenção militar americana e das chamadas "forças de coalizão".
Agora que boa parte das tropas internacionais já se retirou, há o risco de que a Lei da Sharia, que vigora em vários países de maioria muçulmana, volte a ser aplicada em sua forma mais radical em mais áreas da pátria afegã.
Não é improvável que o Talibã - movimento fundamentalista islâmico que já dominou boa parte do Afeganistão entre 1996 e 2001 - retome o poder. Relatos na imprensa internacional dão conta de que os extremistas detêm áreas e passagens estratégicas locais.
Ao site Bild, um juiz talibã de 39 anos falou sobre a expectativa de que o regime volte a comandar todo o país e relatou sobre como os radicais lidam com gays e mulheres nas áreas que comandam.
"Para homossexuais, só pode haver duas punições: ou apedrejamento ou ele deve ficar atrás de muro que cairá sobre ele. A parede deve ter 2,5 a 3 metros de altura", revelou Gul Rahim, que não quis ter o rosto identificado nas imagens.
A publicação teve acesso a documentos que provam que ele é juiz há vários anos no centro da nação asiática.
Questionado se as mulheres podem sair sozinhas, ele diz: "Sim, se elas tiverem permissão". As mulheres podem, sob esse regime, sair para fazer compras, dar comida aos animais ou ir ao médico.
"A frequência à escola deve seguir as regras islâmicas. Não é permitido que mulher vá à escola e o professor seja homem", lembra o juiz.
Mulheres que vivem em áreas governamentais estão preocupadas com a possibilidade do Talibã tirar a liberdade delas, como acontecia há 20 anos.
O parlamento em Cabul (capital do país), por exemplo, inclui mulheres, algo que será iniminaginável se manter caso eles tomem o poder.
Para desgosto de gays e mulheres, Rahim está otimista que o Talibã voltará a governar o país todo em breve.
"Lutamos por isso durante vinte anos e perdemos muitos amigos. Este foi, e sempre será, o nosso objetivo. Se o governo de Cabul introduzisse nossa Sharia Islâmica, não continuaríamos a atacá-lo”.