Considerado o primeiro líder muçulmano abertamente gay do mundo, Muhsin Hendricks, de 58 anos, foi assassinado a tiros na África do Sul, no sábado 15.
Segundo testemunhas, Hendricks se dirigia de carro rumo a uma mesquita que acolhe muçulmanos LGBT marginalizados quando outro veículo, uma Hilux prata, o interceptou.
Câmera de segurança mostra que o motorista da Hilux imediamente desceu do carro com uma arma na mão e foi direto para o veículo do sacerdote atirando várias vezes contra o carro.
O motorista do imã afirmou à polícia que Hendricks estava no banco de trás do carro e morreu na hora.
Hendricks se assumiu em 1996 e no mesmo ano fundou o The Inner Circle, entidade que oferecia apoio a muçulmanos LGBT que buscam reconciliar sua fé e sexualidade.
Depois, ele montou uma mesquita inclusiva em Wynberg, próximo à sua cidade natal, Cidade do Cabo.
Em 2022, o imã foi tema de um documentário, The Radical, no qual ele fala sobre ameaças de morte que recebia. Ele dizia que preferia não contratar guarda-costas, pois a necessidade de ser autêntico era "maior do que o medo de morrer".
De acordo com O Globo, o Conselho Judicial Muçulmano condenou o ataque e a violência contra com a comunidade LGBT, ainda que tenha deixado claro que não concordava com as opiniões de Hendricks.
Ao menos 32 dos países africanos - ou 60% do continente - possuem legislações que criminalizam o sexo gay.
A África do Sul é a única nação africana que legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Embora o país seja um refúgio para muitos da comunidade no continente, episódios de discriminação e violência não são incomuns.