Houve aumento de registros de discriminação por orientação sexual e identidade de gênero no carnaval 2016 em relação a 2015 em Salvador. A conclusão é do Relatório divulgado pelo serviço Observatório da Discriminação Racial, LGBT e Violência contra a Mulher, da Secretaria Municipal da Reparação.
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Dentre os tipos de segmentos atingidos em 2016, os casos que vitimiram mulheres lideraram, com 2.025 casos. Em seguida, LGBT, com 1.428. A questão racial teve 887 relatos. No total, houve 5.629 registros (2.207 no circuito Osmar e 3.976 no Dodô). Tal número representa aumento de 57% em relação a 2015, quando houve 3.601 ocorrências.
A respeito da questão de orientação sexual e identidade de gênero, houve aumento de 664 casos em 2015 para 1.428 neste ano, incremento de 115%. A notícia menos ruim é que o circuito Dodô, que se inicia na Barra, área com vários locais LGBT e com evento arco-íris feito pela prefeitura durante a folia, teve menos casos de preconceito do que o circuito Osmar. Foram 506 na primeira região e 922 na segunda.
Do total, a violência moral e verbal foi a mais praticada contra o segmento LGBT, com 856 registros (60%). Seguiram-se a violência física, com 436 registros (31%), e a sexual, com os 136 registros restantes (9%).
O relatório da prefeitura mostra que dos agressores, 66% foram foliões; 19,40%, agentes institucionais - tal como policiais-, e 18,60%, trabalhadores informais.
A ação do observatório foi realizada de 5 a 9 de fevereiro no circuitos de carnaval Dodô (Barra/Ondina) e Osmar (Centro). No total, 104 observadores trabalharam para receber denúncias e identificar situações de violência, discriminação e vulnerabilidade, inclusive com ponto 24 horas por dia. As denúncias podiam ser feitas inclusive via Whatsapp.