Há muito, a Espanha é um dos países, junto com o Brasil, que mais reconhece direitos da população LGBT. Em 22 de dezembro, o momento será mostrar gratidão a quem começou essa trajetória. O ativista Armand de Fluvià receberá a Medalha de Ouro pela Promoção dos Valores da Igualdade do governo espanhol.
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Como justificativa, o Ministério da Igualdade lembra a luta do barceloneta e historiador Armand pela liberdade e cidadania arco-íris.
Em 1969, o governo ditador de Francisco Franco colocou em tramitação a chamada Lei sobre Periculosidade e Reabilitação Social, que dava base legal para prender homossexuais apenas por serem quem eram.
Como reação, no ano seguinte, Armand de Fluvià, com o pseudônimo Roger de Gaimon, fundou com outros homossexuais o Movimento Espanhol de Liberação Homossexual (IMEHL), um coletivo cujos objetivos até o então o país não conhecia.
Por meio de carta enviada tanto para autoridades que iam votar a proposta quanto para revistas, a resistência ganhou força e norma foi mudada para condenar quem fosse pego em ato homossexual por mais de uma vez, algo ainda ruim, porém mais ameno do que a ideia inicial da ditadura.
A repressão era tamanho no país que as publicações do coletivo, formado quase na totalidade por homens, eram feitas em Barcelona, enviadas a Paris, para, só aí, serem endereçadas de volta às terras espanholas.
O ativismo de Armand, grande personagem cultural no país e de família muito rica, continuou por décadas seguintes.
A cerimônia de entrega será realizada na prefeitura de Barcelona e comemorará os 50 anos de fundação do IMEHL.