Aos 21 anos, Anderson Silva quer fazer a diferença na Câmara Municipal de Salvador. Para tal, é candidato a vereador na eleições de outubro.
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Estudante de técnico de nutrição e homossexual assumido, Anderson, que concorre pelo PSDB, afirma que pretende defender o legado do partido, louva as conquistas do governo de Fernando Henrique Cardoso e afirma que idosos e deficientes, além dos LGBT, estão no seu foco.
Confira a entrevista ao Guia Gay Salvador:
Por que decidiu se candidatar?
Sempre tive a vontade de lutar pelas pessoas, pela igualdade racial, pela militância LGBT, mas nunca tive a oportunidade e menos ainda convite de algum partido político.
Então, em 25 de setembro do ano passado, lembro como se fosse hoje, fui à Câmara Municipal de Salvador, junto a Sebastian, também candidata a vereadora em Salvador, fazer a filiação dela no partido.
Chegando lá, fomos muito bem recepcionados. Nós nos dirigimos até à sala da presidência, entramos e fizemos nossa filiação com o próprio presidente da Câmara e também presidente do partido, Paulo Câmara.
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Por que escolheu o PSDB?
Escolhi o PSDB por que foi o partido que me proporcionou candidatura a uma vaga na câmara de Salvador. Vi que no PSDB não tem nenhum candidato LGBT além de mim e de Sebastian. Então, estamos com o propósito de quebrar e destruir totalmente os preconceitos e injúrias que os eleitores dizem sobre nosso partido.
Muitos não sabem que o Fernando Henrique Cardoso foi o primeiro presidente a colocar a pauta LGBT na agenda do Governo Federal ao incluir a temática no Plano Nacional de Direitos Humanos. Infelizmente, a militância stalinista quer apagar a verdade dos anais da história para recontá-la segundo os seus interesses menores.
Vamos defender o legado do PSDB. Nem todos têm a oportunidade e vontade de dizer tudo isso que o PSDB fez. Aqui em Salvador, não sabem e não tinha alguém para agir de forma que isso mudasse. Hoje, o partido pode contar com um representante LGBT que luta e vai lutar pelos jovens negros e excluídos.
Quais serão suas principais bandeiras?
Para mim é difícil, não tenho isto de primeira bandeira. Para mim, todos devem estar em primeiro lugar. Mas devemos colocar o que mais o povo necessita.
Precisamos de mais educação, saúde, saneamento nos bairros mais pobres, direitos dos idosos - que são esquecidos até mesmo pelos seus parentes -, crianças de ruas e as portadoras de deficiência.
Os jovens que lutam todos os dias, saem de suas casas cedo para o trabalho, e ainda vão à faculdade para ter um nível de estudo melhor. Porém, não têm sua segurança garantida. Temos que ver tudo isso.
Na sua opinião, quais têm sido as maiores dificuldades em sua campanha?
Minha maior dificuldade, e acredito que a de todos os candidatos, é a questão financeira, pois com a reforma eleitoral e a Lava Jato, está difícil fazer a campanha.
Mas, vendo pelo lado bom, é uma campanha em que o eleitor pode sentir a emoção de estar perto de seu candidato, tirar uma foto, tomar um café, ver e presenciar como é a vida do trabalhador.
Agora você vê realmente quem são seus amigos. Tem o potencial de representar a sociedade quem pode sair gastando sapato. Só tenho o transporte de ida e volta para casa. Isso e muitas outras coisas estão acontecendo, mas é uma experiência. Para quem gosta, é uma delícia.