"Senhores passageiros, sabemos que vocês querem viajar, conhecer lugares, ter novas experiências e vivenciar ainda mais o orgulho de ser quem são. Sim, o Brasil é imenso, tem diversidade geográfica, de sotaques, culturais... E vocês querem se unir ainda mais como comunidade!
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Em 2017, houve cancelamentos de bons potenciais nesse sentido, mas também voos cada vez mais altos rumo a um País que acolha bem turistas gays e seja igualitário.
Antes do embarque em 2018, essa nova oportunidade para o avanço, oferecemos retrospectiva para aprendermos e avançarmos! Apertem os cintos e que o arco-íris faça-se ainda mais presente no novo ano. Boas viagens!"
1) Falta de atuação do Ministério do Turismo
Logo no início de 2018, o ministro do Turismo, Marx Beltrão, de forma inédita para a pasta, recebeu organizadores de algumas das principais paradas LGBT do Brasil. A conversa foi cheia de sorrisos e compromissos.
Entretanto, quanto aos atos, o vazio imperou. Não houve oficina de capacitação turística de paradas, apoio financeiro aos eventos e atuação política para o reconhecimento do nome de pessoas trans pelas companhias aéreas, dentre outros pontos.
Enfim, mais uma oportunidade desperdiçada para o turismo LGBT avançar e contribuir com a economia e a cidadania no Brasil!
2) Paradas LGBT sem planejamento turístico
Brasil é um dos países que mais realizam paradas LGBT no mundo. De forma geral, é muito difícil para as organizações, nas mãos de entidades ativistas e anticapitalistas (!), captarem recursos para a viabilização do evento ou melhoria na infraestrutura e em atrações artísticas.
Uma das grandes soluções para esse problema está em aproveitar o potencial turístico regional e até nacional que muitas delas possuem. Algo que tem impacto também no objetivo político, com mais visibilidade e reforço de identidade arco-íris.
Entretanto, é praticamente impossível apontar uma parada brasileira que dê exemplo de como fazer isso. São enormes potenciais desperdiçados. Exemplos são as paradas do Rio, que sofreu por falta de dinheiro e adiamento, e a de São Paulo, que não tem divulgação publicitária com esse fim. Mudar e profissionalizar é fundamental, até para as marchas continuarem a existir.
3) Carência de grandes festas, festivais e cruzeiros
Esse ponto está propositalmente entre o que de ruim houve e o que de bom tivemos. A razão é simples: claro, clubes e labels tais como The Week, San Sebastian, Hell & Heaven, E*Joy, Brave, Love Noronha, Joy Party Brasil, Victoria Haus e Revolution movimentam o turismo gay no Brasil.
Mas, pelo tamanho do território, pelo potencial de atração internacional que temos, ainda é pouco! Muito pouco! Uma das nações com mais extensão costeira do mundo não ter um cruzeiro gay é outro algo incompreensível!
Todas as regiões do Brasil possuem força o suficiente para ter eventos que criem um dos maiores circuitos de festas gays do mundo! Um calendário recheado mês a mês.
O País já passou pelo pior da crise econômica. Que 2018 seja aproveitado para alcançarmos um novo horizonte por meio de investimentos, ousadia e pensamentos grandes dos produtores, casas e empresas.
4) Nove anos do Hell & Heaven
Escolhe-se o festival Hell & Heaven como amostra do quanto a ousadia, a inventidade e o profissionalismo podem elevar o padrão do turismo gay no Brasil.
Capitaneado de forma modelar por Fernando Scarpi, o evento completou nove anos em 2017 com hospedagem totalmente vendida. Com warm-ups e festa de divulgação nas principais capitais brasileiras e até fora do Brasil, o H&H já faz parte dos sonhos e das melhores experiências de muitos homossexuais.
O modelo, feito fora das grandes cidades e em resorts, está aí para ser seguido. Faltam tantos eventos dessa qualidade no Brasil que outros nos mesmos moldes nem podem ser vistos como concorrentes. Vão é fortalecer o mercado e dar vazão à economia arco-íris e geral. Além de mostrar o Brasil para o exterior.
5) Sensibilização realizada pela IGLTA
O ano foi de atuação sólida da International Gay & Lesbian Travel Association (IGLTA) no Brasil. A assinatura desse trabalho tão educativo sobre a força do turismo LGBT é do coordenador da entidade no País, Clovis Casemiro.
Com quase 40 anos de atuação no setor turístico, Casemiro foi presença constante em palestras e feiras por muitos lugares pelo Brasil e fez ecooar o gigantismo do turismo arco-íris junto a importantes e a também novatos players. Semeador de um Brasil que valorize o turismo LGBT.
6) Compromisso da Accor com a cidadania LGBT
Não existe turismo LGBT sem respeito à cidadania LGBT. E bem receber viajantes arco-íris é bem mais que fazer publicidade, é também construir um ambiente inclusivo para seus empregados LGBT.
Em 2017, a AccorHotels, líder mundial no ramo, aderiu ao Fórum de Empresas e Direitos LGBT, que exige dos participantes atuações diversas para respeito ao segmento tanto interna quanto externamente.
A cadeia é integrada por marcas tais como Sofitel, Pullman, Novotel, Mercure e Ibis. São com passos como esse que o Brasil vai se qualificar como lugar cidadão e turisticamente forte. E tudo com lindos tons arco-íris.