Craque brasileiro das décadas de 1970 a 1990, Toninho Cerezo acredita que foi demitido por transfobia. Ele é pai da modelo transexual Lea T.
Em 2010, quando era técnico do Sport Club do Recife, Cerezo foi dispensado do clube.
"Na época, para o mundo do futebol, você precisava ver. Eu estava treinando um time, acho que era o Sport, e eu tenho quase certeza que eles me mandaram embora por causa disso", disse o técnico ao UOL.
"Eu acho que foi, espero que não, espero que eu esteja errado", disse.
Procurado pela reportagem, o então diretor do clube naquele período, Gustavo Dubeux, negou que tenha havido preconceito.
"Não teve a ver. Acho que houve algum engano, pois não foi falado nada sobre a filha de Cerezo no Sport", afirmou.
O pensamento do técnico é compartilhado pela filha famosa.
"Ele não me conta, mas eu descobri que sim [foi demitido por preconceito contra ela]. Eu não tive prova das coisas, mas eu acho que em algum aspecto tiveram reações negativas. Ele nunca me contou e acho que não me contaria. Ele não gostaria que isso fosse um peso. Uma escolha tão forte na minha vida."
A prórpia Lea disse em 2018, ao mesmo site, que não quis usar o sobrenome do pai justamente para que ele não fosse prejudicado de alguma forma.
"Tive medo por causa do futebol. Meu nome não foi Leandra Cerezo inicialmente porque o Riccardo [Tisci, ex-diretor criativo da Givenchy] me ajudou, mas também porque eu não queria que falassem que eu era Cerezo. Eu tinha medo de que isso pudesse prejudicar a carreira do meu pai."
A dificuldade em aceitar a identidade de gênero da filha ficou no passado. Hoje, o ex-futebolista é só orgulho.
"Já aproveita aí e fala que a Lea tá mais bonita agora, aí quem foi contra vai ficar mais puto."
