O ator Amaury Lorenzo entrou neste domingo na lista de quem, em busca de mais fama e lacração, força a barra para ser uma das letras LGBTetc.
Ganham seus likes? Sim! Posam de descontruídos? Demais! Porém isso vale para quem assim faz. Para LGBT, fica a chacota que fazem da orientação sexual e identidade de gênero. Tratam como um futuro corte de cabelo um pilar do ser humano que não é fruto de vontades.
Em entrevista ao jornal Extra publicada neste domingo, o intérprete do matador Ramiro em Terra e Paixão foi questionado se ele fazia parte da comunidade arco-íris.
Ele respondeu que se "sente" e deu como justificativa exemplos como de já ter tido alunos que foram assassinados por homofobia e ter abrigado um homem espancado por ter demonstrado afeto homossexual na rua.
Até aí tudo bem! Uma pessoa envolta com a questão e com pessoas LGBT.
Os erros começam na primeira frase à segunda pergunta da repórter, que insistia em tirar dele a identificação com alguma letra do alfabeto do vale: "Eu me considero um homem LGBTQIA+", o ator respondeu.
Ora, ora... Ele é um homem lésbico? Um trans masculino? Ou seria uma trans já? É tudo ao mesmo tempo? Gay assexual? Uma contradição em si!
Prova que ele mal sabe do que fala! Mas fala, ou melhor, lacra!
E o verbo considero!!!! Que pérola da vergonha de ser hétero!
Imagine:
- Você é gay?
- Ah, me considero. Pelo contexto geral e pela fase da lua de hoje, pode ser sim!
Amaury, no afã de fazer bonito para a audiência e posar de bom moço desconstruído, continua a resposta forçando vivência de identidade que, claramente, não é a dele.
"Pode ser que daqui a pouco eu me case com outro homem, cis ou trans, com uma mulher, cis ou trans... Eu sei que o público tem curiosidade de saber sobre a minha sexualidade. Não tenho problema com relação a isso. A única questão é quando o assunto fica acima do meu trabalho como ator", disse.
Ah, claro! A possibilidade de ele um dia, quem sabe, se case com um homem o faz gay ou bi. Pode acontecer? Ah, claro que pode! Assim como ele tem chance de ganhar o prêmio Nobel de Química em 2045. É difícil? É! Impossível? Não. Então, é isso, Amaury pode ser o primeiro gay asiático brasileiro a ganhar um Nobel!
Ele deu típica resposta que muitos atores - e principalmente atrizes - costumam dar quando são perguntados se já ficaram com alguém do mesmo sexo: "Nunca fiquei, mas não sei o dia de amanhã".
É hora de tais celebridades, em busca de fama ou mesmo de ajudar a causa, saibam que é desrespeitoso emular uma orientação sexual que não possuem enquanto muitas pessoas sofrem por serem quem são.
Tais vivências são reais e não possibilidades para famosinhos da vez espichem alguns segundos seu brilho fulgaz.
E, é preciso dizer para tais celebridades, tudo bem vocês serem heterossexuais e não serem trans, ok? LGBT te acolhem!
É válido notar ainda que a repórter Naiara Andrade foi invasiva. Ainda que os atores - o seu par na novela, Diego Martins, foi entrevistado ao mesmo tempo - não tenham vetado nenhuma pergunta, este tipo de questão é nocivo.
Só a própria pessoa deve saber o momento de anunciar sua homo ou bissexualidade. Com tanto acesso às mídias sociais hoje em dia, se um famoso não falou por livre e espontânea vontade em seus perfis é por que ele ainda não se sente preparado.
A não ser quando a celebridade faz um acordo com a imprensa para sair do armário naquela entrevista (caso do governador Eduardo Leite para Pedro Bial), perguntas como a da jornalista do Extra servem apenas para oprimir e/ou obrigar o entrevistado a mentir.
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