O cineasta espanhol Pedro Almodóvar afirmou que vê chocado como o preconceito ainda está na sociedade e que percebe mais ataques contra gays hoje em dia do que antes.
"Na verdade, quando penso nos anos 80 e na maneira como vivíamos e na luta dos anos 70, por exemplo, nem mesmo no meu pior pesadelo eu teria pensado que em 2021 seríamos socialmente como somos agora e que haveria um partido de extrema-direita no Congresso", afirmou o diretor, de 72 anos, ao site InfoLibre.
"Eu nunca teria pensado nisso. Quer dizer, acho que a sociedade não estava lutando para que isso acontecesse 40 anos depois. Para mim, é mais do que uma decepção", prosseguiu.
"É uma realidade muito preocupante. Agora vejo mais ataques homofóbicos nas ruas do que nunca. Não sei se aconteciam mais antes e não foram falados porque a mídia não os noticiou, mas esses ataques são evidentemente um reflexo da política que está sendo feita neste país e dos políticos que temos."
Para Almodóvar, que é abertamente gay, as pessoas não se atreveriam as pessoas não se atreveriam a fazer tais barbaridades se não existissem partidos de extrema-direita.
"Acho que muito já foi conquistado, mas parece que, principalmente nos últimos tempos, está havendo uma espécie de retrocesso. É por isso que acredito que não devemos baixar a guarda", acredita.
"Temos que relatar tudo o que precisa ser relatado e não ficar calados. Não há palavras para o assassinato desse menino. Acho que temos que fazer algo semelhante ao que foi o #MeToo para os americanos."
Almodóvar se referiu ao assassinato do brasileiro Samuel Luiz Muñiz, que vivia na Espanha desde criança.
No início de julho, o rapaz gay de 24 anos, foi espancado até à morte por vários homens na porta de uma boate em La Coruña. O caso comoveu o país e ganhou repercussão mundial.
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