Transexualidade e 'cura gay' são dois dos temas focados pelo espetáculo Transmetropolis, que ganha nova temporada em Salvador.
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A peça, da SouDessa Cia. de Teatro, conta a história de um casal, a escritora trans Shirley e o taxista Alberto. Os dois estão prestes a mudar para uma casa nova e na última noite na residência atual, o relacionamento leva um chacoalhão.
Alberto revela à amada que assumirá uma identidade sexual feminina e que pretende se submeter à cirurgia de redesignação sexual. A notícia abala o pressuposto de "masculino" e "feminino" idealizado por Shirley.
Ao mesmo tempo, reaparece Moisés, ex-namorado do taxista, que após ser vítima de violência homofóbica decide se internar em uma clínica de "recuperação de homossexuais" e se torna "ex-gay" e cristão.
Autor e diretor do espetáculo, Filipe Harpo conta que usa como inspiração o teórico cultural e sociólogo jamaicano Stuart Hall. De acordo com as impressões de Harpo, "a identidade não é um fato consumado, vamos assumindo identidades conforme vamos passando a vida. Não somos um só. Dentro de uma pessoa existem várias identidades e elas convivem entre si. É essa representatividade cultural que existe dentro do ser humano".
Transmetropolis, que tem uma atriz trans no elenco (Bianca Novaes, que vive Shirley) foi a montagem de estreia da companhia e teve duas temporadas em 2011. Na nova temporada, que estreia nesta quinta-feira 6, o grupo fará seis apresentações no Espaço Xisto Bahia e outras três, no fim do mês, no Centro Cultural Plataforma. Mais informações sobre o espetáculo você tem aqui e aqui.