Transexual e jornalista Alana Rocha estreia em programa policial

Com 20 anos de carreira, baiana diz que agarrará oportunidade e nunca sofreu preconceito

Publicado em 09/04/2017
Transexual Alana Rocha estreia como repórter no programa Ronda, da TV Aratu
Alana Rocha disse ter recebido muitas dicas da diretora de jornalismo do canal, Carla Araújo

Transexual na delegacia. Policiais ao redor. Ocorrência acabou de acontecer. Agora, é sua vez de desconstruir o cenário que você pretensamente construiu. A transexual aqui será Alana Rocha. E ela vai estar aí para trabalhar... como jornalista! 

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Esse será o novo desafio para a baiana. A partir desta segunda-feira 10, Alana poderá ser vista diariamente na TV Aratu, filial do SBT, na reportagem e até no comando do programa policial Ronda, na hora do almoço.

Aos 37 anos e na profissão por 20 deles, Alana disse ao Guia Gay Salvador estar entusiasmada com a responsabilidade de cobrir as férias de um dos âncoras da atração, Murilo Vilas Boas.

A efetivação, segundo a jornalista, só depende dela. "O diretor do programa, Daniel Nuno, afirmou que só depende de mim para ficar lá de vez e vou ficar, darei tudo de mim", revela Alana. "Deus me abriu uma grande porta e passarel por ela com muita energia e força de vontade."

Nascida em Feira de Santana, Alana passou a infância e a juventude em Riachão do Jacuípe (a 186 Km de Salvador) e lá atuou na Rádio Gazeta FM, Rádio Jacuípe AM e assessoria de comunicação da prefeitura local. A experiência com a TV vem sobretudo de seu blog, Hora da Verdade, em que assina reportagens de cidadania, direitos do consumidor e cotidiano, dentre outros temas.

Em todo esse tempo de carreira e desde o início já com sua identidade feminina, a jornalista disse nunca ter sofrido discriminação e não esquece de quem a ajudou, como o diretor-geral Pablo Reis, "que está depositando esse voto de confiança em mim" e a diretora de jornalismo, Carla Araújo. "Ela tem dado dicas e macetes maravilhosos, inclusive batizou meu nome de guerra de repórter que será Alana Rocha". Antes, a jornalista assinava o sobrenome Adrielle.

Já no vídeo de anúncio da entrada na atração, Alana mostra que tem o gestual e o tom de fala bem típicos dos programas policiais. Há até uma frase-assinatura: "Comigo o galo canta!"

Sobre se concorda com a máxima de que "bandido bom é bandido morto", a jornalista fez fala - digamos assim - diplomática. 

"Essa frase é um erro. Todo ser humano pode se regenerar, basta ter oportunidade. Porém existem os bandidos que levam o mal na alma! Esse não têm recuperação nenhuma. Eu sempre digo: para o bandido carrasco, miserável, tristemente só existem dois caminhos, a 'Casa de Dete' (casa de detenção) ou a cidade dos pés juntos."


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