10 vezes em que divas pop foram 'roubadas' no VMA

Premiação de melhor videoclipe do ano da MTV já ignorou obras-primas em prol de trabalhos menores

Publicado em 29/08/2020
10 vezes em que divas gays do pop foram roubadas no VMA
Clipes fizeram história, mas não tiveram reconhecimento da MTV

Por Marcio Claesen

Este domingo 30 é momento de muitos gays terem um pouco de animação em meio à pandemia que ceifou tantos prazeres (sem contar vidas, claro). 

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Serão entregues os VMAs, uma das premiações mais aguardadas anualmente pelos fãs de música pop e organizada pela MTV norte-americana desde 1984.

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Em tantos anos de história, o prêmio, como qualquer outro, acumula colossais erros dentre os agraciados e ausências nas indicações, inclusive neste ano.

Nós elencamos os 10 maiores absurdos - em ordem crescente - cometidos contra divas do pop na premiação. Confira:

10º Beyoncé, Single Ladies (vídeo feminino, 2009)

Talvez o "roubo" mais famoso da história do VMA, já que ele foi denunciado ao vivo. O midiático Kanye West não se segurou, subiu ao palco e tomou das mãos de Taylor Swift o Astronauta de Prata que ela ganhou imerecidamente na categoria vídeo feminino por You Belong with Me. Na categoria principal da noite, no entanto, a de vídeo do ano, prevaleceu o bom senso e Beyoncé venceu com o memorável Single Ladies.

9º Janet Jackson, qualquer vídeo (1990)

Janet produziu cinco vídeos estilosos na sequência (todas as músicas foram top 5 na Billboard), mas só mereceu duas indicações no VMA daquele ano, ambas por Rhythm Nation (que venceu coreografia). 

Ela chegou a ser esquecida até em vídeo feminino, que a preteriu em prol de Black Velvet, vídeo primário para uma música ótima de Allanah Myles. No ano seguinte, assim como em 1994, Janet acabou premiada nesta categoria.

8º  Madonna, Material Girl (vídeo feminino, 1985)

Tina Tuner é ótima? É. What's Love Got to Do with It é uma faixa icônica da sua carreira? Sim. Mas em que planeta uma pessoa escolheria o clipe de uma mulher que apenas anda pelas ruas de Nova York como melhor perante ao de uma cantora que revive o maior mito de todos os tempos do cinema, Marilyn Monroe? 

A escolha na categoria de vídeo feminino foi tão vergonhosa naquele ano que mesmo que se a única intenção fosse implicar com Madonna (como veremos mais exemplos a seguir), o troféu deveria ter ido para She Bop, um dos clipes mais divertidos da carreira de Cyndi Lauper.

7º Madonna, Vogue (vídeo do ano e video feminino, 1990)

Você consegue falar da história do videoclipe mundial sem citar Vogue? Impossível! Mas Nothing Compares 2U foi tido como tão 'pós-moderno' com Sinéad O'Connor sendo focada em close no clipe (e apenas isso!) que a MTV não pensou duas vezes.

A irlandesa de um hit só bateu Madonna em vídeo do ano e vídeo feminino, deixando Vogue com três prêmios técnicos - um deles o de melhor direção para David Fincher, que já se mostrava talentoso como videomaker e viria a se tornar grande cineasta (de filmes como Clube da Luta e O Curioso Caso de Benjamin Button).

6º Dua Lipa, Break My Heart (vídeo do ano e vídeo feminino, 2020)

Dua Lipa fez apenas um dos clipes mais caros, imaginativos e bem produzidos do ano. Mas parece que não foi o suficiente para a MTV indicá-la nas principais categorias. 

Aqui, ao contrário das demais citadas nesta lista, vai um adendo: a cantora é britânica e o VMA privilegia artistas dos Estados Unidos. É histórica a omissão de nomes ingleses na premiação.

5º Madonna, Like a Prayer (vídeo do ano, 1989)

Um ano antes de Vogue, Madonna escrevia definitivamente seu nome como um dos mais revolucionários da música pop ao lançar Like a Prayer. Que outro artista seria capaz de misturar crime, racismo, reliigão e paixão em apenas cinco mimutos 30 anos atrás? Nenhum outro, é certo.

Ainda assim, a obra-prima recebeu só duas indicações - clipe do ano e escolha da audiência. Ganhou no voto do público. Em outras várias categorias, a emissora indicou outro clipe célebre da rainha do pop, Express Yourself, e que também foi injustiçado. Levou três prêmios técnicos e perdeu vídeo feminino para Straight Up, de Paula Abdul.

4º Lady Gaga, G.U.Y. (qualquer categoria, 2014)

Gaga fez tudo errado na era ArtPop. Lançou um single, Do What U Want, acompanhada de um cantor acusado de pedofilia, R. Kelly, fez clipe, cancelou antes do lançamento, e demorou meses até divulgar o terceiro e último.

Quando a ótima G.U.Y. chegou à mídia, ninguém mais se importava com a musa pop, nem mesmo seus fãs, já que o single sequer entrou no top 40. Com uma megaprodução, o clipe foi injustamente ignorado por todos, inclusive o VMA.

3º Christina Aguilera, Fighter (qualquer categoria, 2003)

O problema de lançar bons vídeos na sequência é que um canibaliza os demais. Foi assim com Christina em 2003. A MTV preferiu Dirrty, lembrado em quatro categorias. Deixou de fora o singelo Beautiful e o melhor dos três, Fighter.

Sombrio e com uma estética que lembra Marilyn Mason e Nine Inch Nails, o vídeo é talvez o melhor da carreira da cantora e não foi indicado sequer nos quesitos técnicos.

2º Madonna, Bedtime Story (qualquer categoria, 1995)

Chamar Beditime Story de uma obra de arte não é exagero, sabe por quê? O clipe foi considerado tão rico artisticamente que faz parte do acervo do Museu de Arte Moderna (o MoMA), de Nova York.

Repleto de referências, em especial a surrealistas, tais como Salvador Dali e René Magritte, o vídeo custou o equivalente a cerca R$ 45 milhões atualizados hoje. É um dos quatro mais caros da história e foi solenemente ignorado pelo VMA. 

Naquele ano, o canal de música lhe prestigiou em quatro categorias com duas indicações para Human Nature e outras duas para Take a Bow, responsável por sua segunda vitória em vídeo feminino.

1º Bjork, qualquer clipe (em qualquer ano)

Voltando ao "fator Dua Lipa", é provável que a nacionalidade islandesa pese contra Bjork na hora de sua avaliação pelo VMA. Mas nem isso explica o verdadeiro assalto consecutivo que o prêmio fez com a artista durante toda sua carreira.

A cantora jamais concorreu a vídeo do ano e nunca levou vídeo feminino. Venceu só quatro vezes, sempre em categorias técnicas - coreografia por It's Oh So Quiet (1996), direção de arte por Bachelorette (1998), e vídeo inovador e efeitos visuais por All Is Full of Love (2000). E só.

Por navegar por águas mais alternativas e menos radiofônicas, Bjork foi ainda mais vilipendiada na história do prêmio do que Madonna. Grandes contribuições suas para a arte visual, tais como Army of Me, Human Behaviour, Mutual Core e Hidden Place, não foram consideradas merecedoras de prêmio pelo VMA. Shame on you, MTV!


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