Tentativa de anular união gay tem bate-boca sobre crianças trans

Deputada federal Daiana Santos respondeu a críticas por falar do tema em sessão sobre direitos de casais homossexuais

Publicado em 06/09/2023
Deputada afirma que abordou o assunto após parlamentares levantarem o debate

A tentativa de anular o casamento entre pessoas do mesmo sexo no Brasil teve bate-boca sobre crianças trans no Congresso Nacional.

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O assunto veio à tona quando a deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS), que é lésbica assumida, discursava, na terça-feira 5.

Segundo a parlamentar, alguns deputados começaram a atacar pessoas transexuais e citaram crianças.

"Segundo, e não menos importante, as crianças trans, elas existem, e as famílias constantemente têm buscado...", dizia Daiana, em vídeo que repercutiu nas redes sociais.

Uma confusão de vozes se inicia neste momento e parlamentares silenciam Daiana por alguns segundos gritando, em uníssono, "criança trans não existe (sic)".

"Os parlamentares fundamentalistas estavam atacando as pessoas trans, inclusive as crianças. A minha fala foi em defesa dessas pessoas que existem sim e devem ter os seus direitos respeitados", respondeu a deputada após ser criticada no X por tratar sobre este tema na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família na Câmra dos Deputados.

Após pedido de vista do projeto de lei que pretende proibir uniões homossexuais no País a discussão e votação foram adiados para o próximo dia 13.

O projeto de lei original pedia o contrário. O documento foi apresentado em 2007 pelo então deputado Clodovil Hernandes - o primeiro abertamente gay do Congresso - propondo mudar o Código Civil para que fossem regularizadas as uniões entre pessoas do mesmo sexo.

O relator do texto atual, deputado Pastor Eurico (PL-PE), porém, rejeitou todo o projeto original e adotou outro, de autoria dos ex-deputados Paes de Lira (SP) e Capitão Assumção (ES). O texto atual afirma que "nos termos constitucionais, nenhuma relação entre pessoas do mesmo sexo pode equiparar-se ao casamento ou a entidade familiar".

Na justificativa do projeto, os dois deputados afirmaram que "aprovar o casamento homossexual é negar a maneira pela qual todos os homens nascem neste mundo, e, também, é atentar contra a existência da própria espécie humana". Na leitura do relatório, Pastor Eurico disse que a Constituição brasileira "mitiga a possibilidade de casamento ou união entre pessoas do mesmo sexo".

 

 

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