A candidatura de Ariane Senna (PSB) é para a Câmara Municipal de Salvador. Entretanto, o conjunto de propostas que ela apresentou é tão extenso - 26 páginas - que chega a ser maior do que o de algumas candidaturas a prefeito.
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Ariane fez história na capital baiana por ser tida como a primeira mulher trans formada em psicologia em Salvador. Sua disposição como candidata mostra que deseja fazer mais história. Agora na política. Veja entrevista dela ao Guia Gay Salvador.
Como seu mandato vai atuar para fazer avançar a cidadania LGBT em Salvador?
Garantindo espaços de escuta e articulação com a nossa população a fim de proporcionar maior participação popular para definir diretrizes das nossas necessidades e especificidades.
Quem votar em você vai ajudar a eleger pessoas do PSB. Qual o compromisso do partido com a pauta LGBT?
Um partido que já acolheu e continua acolhendo outras e outros candidatos LGBTs dando espaço de voz e visibilidade nas ações. Um partido que tem levantado a bandeira, sobretudo em um processo contínuo, juntamente com os movimentos sociais.
A expectativa é garantir mais e mais esse espaço a fim de que nós mesmos possamos definir, decidir e abrir portas para que essa movimentação continue a ocorrer.
Fora da questão LGBT, quais suas três principais propostas a população de Salvador?
Criação de um programa de alimentação escolar para garantir alimentação aos alunos das escolas da rede municipal e creches, durante os fins de semana e feriados.
Criação de um programa de proteção aos trabalhadores do mercado informal, que possibilite equipamentos de trabalho com isenção de taxa pela prefeitura e uma garantia de renda mínima.
Criação de plantão psicológico nas unidades básicas de saúde para usuários do Cadunico.
Você propõe 10% de vagas para pessoas trans em cursos de capacitação profissional. De onde vem esse índice? Algum indicativo de que 1 de cada 10 pessoas de Salvador seja trans?
Do fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), conforme projeto destinado para inclusão de pessoas com deficiência e de autoria da deputada federal Lidice da Mata (PSB).
Os 10% se referem à quantidade de reservas de vagas dos cursos e programas de qualificação profissional e não à quantidade de mulheres trans e travestis, uma vez que até os dias atuais, não temos contabilizados oficialmente a quantidade de existentes entre a nossa população.
Você tem um conjunto de propostas que é maior do que de alguns candidatos a prefeito. Como foi a elaboração desse documento?
São propostas que tenho salientado durante toda a minha vida, pessoal, acadêmica e de militância juntamente com os grupos e espaços por onde já atuei e pude ver de perto as necessidades e especificidades em comum que temos para sobreviver.
A construção do documento ocorreu na pré-candidatura para só então depois aceitar o convite para adentrar da política partidária.
AVISO: Esta entrevista faz parte de projeto do Guia Gay Salvador de entrevistar todas candidaturas LGBT à Câmara Municipal de Salvador.
Todas as candidaturas recebem três perguntas iguais e duas específicas, que podem coincidir ou não, a depender dos partidos e dos perfis das pessoas pleiteantes.