Em meio a uma investigação por pedofilia, o deputado federal Professor Alcides Ribeiro (PL-GO) assumiu-se gay.
"Deploro a utilização preconceituosa, mesquinha e criminosa de minha pública orientação sexual como arma política. Sou homossexual, não sou bandido. Bandidos são os que se levantam contra mim", afirmou o parlamentar de 71 anos.
Segundo o Metrópoles, Ribeiro disse que "tentam estabelecer uma narrativa desonesta, baseada na distorção de fatos que teriam ocorrido e que supostamente envolveriam indiretamente meu nome".
Na quinta-feira 12, a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão contra três pessoas denunciadas por invadir a residência de um adolescente para, supostamente, apagar imagens comprometedoras que estariam em seu celular.
Um dos presos é segurança do parlamentar, que mora em sua residência em Aparecida de Goiânia (GO), e outro é seu assessor em Brasília.
A polícia acredita que os dois entraram armados na casa do adolescente para apagar imagens de uma suposta relação íntima do deputado com o jovem.
"Rechaço de forma veemente o envolvimento de meu nome num cipoal de inverdades, adrede concebidas pelos que, em momento político delicadíssimo no país, embalam o circo midiático montado pela espetaculosa Operação Peneira”, prosseguiu Ribeiro em nota.
Ele informou que processará envolvidos nas acusações "falsas" e que é vítima de homofobia social.
"Reconheço-me como homossexual. Sofri por toda a minha vida inúmeras formas de preconceito. A homofobia é um crime. A utilização do aparato policial para uma evidente operação midiática é crime. A tentativa de enxovalhamento da reputação de um homem honesto é crime”, ressaltou o parlamentar.
De acordo com o G1, o adolescente, na época com 13 anos e hoje com 16, teria participado de uma "peneira" para ingressar na seleção sub-16 de um time de futebol goiano que o deputado patrocinava.
A mãe do garoto relatou que a "peneira" ocorreu na casa de Ribeiro com a presença de outros jovens e o segurança do parlamentar. Todos os adolescentes teriam sido dispensados ao final, menos o seu filho.
O deputado teria pedido para que o jovem o acompanhasse ao campo de futebol que fica dentro do condomínio. Lá, ele teria tocado "no corpo do menor dentro da roupa" e teria beijado a boca do garoto, segundo a denúncia.
Ele teria ainda chamado o adolescente para o quarto para ter relações sexuais, que se recusou e foi embora.
No entanto, também segundo a denúncia registrada na polícia, cerca de duas semanas depois, "o adolescente retornou ao local e teve conjunção carnal" com o parlamentar.
Ribeiro disputou, em outubro, a prefeitura de Aparecida de Goiânia, segunda maior cidade de Goiás, e recebeu apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, filiado ao mesmo partido. O deputado ficou em segundo lugar e perdeu a eleição para Leandro Vilela (MDB).
Professor Alcides Ribeiro é formado em pedagogia, economia e administração de empresas e foi vereador por duas vezes em Aparecida de Goiânia. No Congresso Nacional, ele está em seu segundo mandato.