Ela é uma das personalidades de mais destaque e trabalho da cena LGBT da capital baiana. O desafio da bacharel em direito Rosy Silva agora é dar passo e lutar por pessoas de periferia e levantar a bandeira arco-íris na Câmara Municipal de Salvador.
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Sua atuação no meio LGBT soma a coordenação da Parada do Orgulho do Subúrbio e propriedade do Bar Caras & Bocas, seja em Periperi seja na Rua Carlos Gomes, no Centro. Entretanto, para muitas crianças da periferia, ela é a mamãe noel que distribui presentes a cada Natal.
Dentre suas propostas estão mais pavimentação, segurança e trabalho, embora reconheça que uma vereadora não tem gestão direta sobre essas e muitas outras questões.
Como seu mandato vai atuar para fazer avançar a cidadania LGBT em Salvador?
Como pessoa LGBTQIA+, eu conheço na pele as mazelas que sofre essa população. Minha voz é a voz de uma mulher lésbica que sempre esteve envolvida com o público, inclusive na liderança da marcha LGBTQIA+ do Subúrbio.
Vou propor politicas públicas que concedam o direito a essa parcela da população que se encontra esquecida. Políticas essas de inclusão e reparação por anos de silenciamento e de segregação de direito.
Quem votar em você vai ajudar a eleger pessoas do PDT. Qual o compromisso do partido com a pauta LGBT?
O compromisso do partido é com a justiça social em todas as suas vertentes, gerando trabalho e proporcionando dignidade para todos que ja foram tão negligenciados por anos. Eu, como membro desse partido, estarei levantando a pauta LGBTQIA+, as questões de saúde, trabalho e segurança, que são tão carentes nesta população.
Fora da questão LGBT, quais suas três principais propostas a população de Salvador?
Levar dignidade às comunidades esquecidas do subúrbio e das áreas mais carentes através da pavimentação das ruas e saneamento básico. Geração de emprego e incentivo ao micro e pequeno empreendedor.
Buscar incentivar e gerar programas que contribuem para inclusão da população mais carente no mercado de trabalho.
Você é da periferia de Salvador e promete atuar em prol das pessoas carentes. Entretanto, uma vereadora tem limitações para fazer políticas públicas. Sendo realista, como seu mandato vai poder mudar a realidade das pessoas de periferia?
Eu acredito realmente que toda grande obra se inicia com o primeiro tijolo. Não dá pra ficar de braços cruzados porque há muito o que se fazer. Talvez não dê pra fazer tudo, mas algo será feito.
É de pouquinho em pouquinho que a gente faz a diferença. Eu sei bem dos obstáculos que podem surgir, mas me preparei por anos pra isso.
Quero trabalhar pelo povo que mais precisa e fazer o que tiver ao meu alcance, um passo de cada vez.
Você quer representar as mulheres, LGBT e pessoas pobres, entretanto o voto identitário no Brasil é algo muito difícil. Qual sua estratégia para mudar isso?
Além de mulher, nordestina, lésbica e periférica, eu também ja fui microempresária, fui universitária bolsista e empregada. Conheço a realidade de vários segmentos da sociedade, sei dos desafios que uma pessoa tem ao tentar abrir um negócio próprio.
Também sei as dificuldades que se encontram no caminho de um estudante universitário bolsista, além de conhecer a realidade de um empregado nesse país com tantos dos seus direitos negados.
Além de ter me preparado com a formação de bacharel em Direito para lidar com os direitos da população e com o devido cumprimento dos deveres, para assim proporcionar uma vida mais justa a todos os segmentos sociais, mas principalmente aos que foram mais negligenciados.
AVISO: Esta entrevista faz parte de projeto do Guia Gay Salvador de entrevistar todas candidaturas LGBT à Câmara Municipal de Salvador.
Todas as candidaturas recebem três perguntas iguais e duas específicas, que podem coincidir ou não, a depender dos partidos e dos perfis das pessoas pleiteantes.