Ju Caires é advogada e candidata à vereadora pelo PSB

Para LGBT, pleiteante quer fundo municipal de inclusão e conteúdo sobre diversidade nas escolas

Publicado em 14/11/2020
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Propostas da candidata têm cinco eixos: transparência, economia, direito à cidade, animais e ser humano

O ano de 2020 de Ju Caires, lésbica e candidata a vereadora pelo PSB, tem muito do que foi 2018 para essa advogada.

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Nesse ano, ela lembra, ocorreram a morte da vereadora carioca Marielle Franco e a eleição de Jair Bolsonaro, e Ju foi protagonista de ação cívil pública no valor de R$ 1 bilhão sobre o BRT na cidade.

O despertar há dois anos é parte do que lhe dá força para querer, nos próximo quatro, implantar suas propostas para a capital. Veja entrevista dela ao Guia Gay Salvador

Como seu mandato vai contribuir para o avanço da cidadania LGBT em Salvador?
Dentre as nossas principais propostas que permeiam esta temática estão apresentar projeto de lei para a criação de fundo municipal de inclusão e diversidade e para criação da Política Municipal de Igualdade, Diversidade e Inclusão.

Ainda apresentar projeto de lei de Igualdade, Diversidade e Inclusão, para inclusão do ensino de "gênero, sexualidade, feminismos e antirracismo" no currículo obrigatório das escolas municipais de ensino fundamental; sempre envidando esforços para mobilizar a Câmara de Vereadores para a aprovação de tais proposições.

Fora a questão LGBT, quais são suas três principais propostas para a população?
Minhas propostas estão divididas em cinco eixos temáticos: transparência, economia, direito à cidade, animais e ser humano.

Dentre as principais está a de promover e/ou fomentar programas e projetos de participação cidadã e integração econômica da comunidade com o objetivo de criar o Banco Comunitário de Desenvolvimento e moedas sociais de Salvador (sistema integrado de crédito, produção, comércio e consumo), estabelecendo-se linhas de microcrédito, uma em reais e outra em moeda social circulante local, no qual a própria comunidade decide criar o banco ou pontos de fianças solidárias, tornando-se sua gestora e proprietária;

Outra proposta é a de reivindicar assento na Comissão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente, para assegurar que a revisão para o próximo período de oito anos do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e da Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo sejam elaborados de acordo com as diretrizes do Estatuto das Cidades e do Estatuto da Metrópole

Uma terceira proposta é a do Projeto de Lei de Igualdade, Diversidade e Inclusão, para inclusão do ensino de "gênero, sexualidade, feminismos e antirracismo" no currículo obrigatório das escolas municipais de ensino fundamental e mobilizar a Câmara de Vereadores para a sua aprovação, com intenção de criar uma rede social de proteção às nossas crianças e adolescentes, contra o abuso sexual infantil e outras formas de violência física, psicológica, emocional, doméstica-familiar e social, que por desventura estejam expostas.

Quem votar em você vai ajudar a eleger pessoas do PSB. Qual o compromisso do partido com a cidadania LGBT?
O PSB tem um segmento LGBT Socialista desde 2005. Em 2012, com a realização da 1ª Plenária Nacional LGBT do PSB, é eleita a 1ª Executiva Nacional LGBT do PSB.

Desde então, o Segmento LGBT Socialista tem contribuído com efetividade em diversos temas, construindo um Partido Socialista Brasileiro identificado com suas raízes ideológicas, comprometido com o respeito à diversidade, na defesa irrestrita dos direitos humanos, visando a participação geral e a identificação da comunidade com o Socialismo Democrático.

Em 2018, a atual gestão entra para a história do Partido Socialista Brasileiro ao eleger a primeira mulher trans a integrar a Executiva Nacional. A partir dessas vitórias, intencionamos como missão a defesa de pautas socialistas, atuando pelo reconhecimento dos direitos das pessoas LGBT na Constituição Federal, observando os princípios do Estado Democrático de Direito e a garantia de total liberdade de expressão do sagrado em um Estado laico.

Quem são suas referências na política e por quê?
Eu escolhi o PSB por conta da liderança feminina expressiva aqui na Bahia e, especialmente, por conta de duas referências políticas femininas: Lídice da Mata e Fabíola Mansur, que são dois exemplos de hombridade aguerrida na política brasileira.

No seu material de campanha fica evidente que você acredita muito na força e na importância da política. Como você tenta passar essa ideia para as pessoas e convencê-las a refletir sobre o assunto?
Eu gosto de usar uma frase "tudo é político". Desde o preço do pão, da passagem de ônibus, o valor do salário mínimo, até quem pode se casar ou se temos ou não liberdade sexual e domínio sobre nossos corpos. Quando as pessoas se dão conta da importância da política em suas vidas, uma barreira é desfeita e o diálogo honesto se instala.

AVISO: Esta entrevista faz parte de projeto do Guia Gay Salvador de entrevistar todas candidaturas LGBT à Câmara Municipal de Salvador.

Todas as candidaturas recebem três perguntas iguais e duas específicas, que podem coincidir ou não, a depender dos partidos e dos perfis das pessoas pleiteantes.

Acompanhe todas as entrevistas e reportagens sobre as eleições na editoria Eleições 2020 clicando aqui.


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