Esqueça a ideia de que aborto seja demanda de controle sobre o próprio corpo vinda apenas de mulheres cisgêneros. Ao fazer isso, você fará o mesmo que o governo federal argentino, que incluiu homens trans e pessoas não-binárias, dentre outras, como beneficiárias da proposta enviada ao Congresso Nacional para tornar legal a interrupção de gravidez.
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O país está em convulsão por conta do projeto de lei elaborado pela gestão do presidente Alberto Fernández que autoriza o aborto até a 14ª semana de gestação não apenas para pessoas de identidade feminina.
Está logo na terceira linha do texto que a iniciativa tem como objetivo cumprir compromissos com "direitos humanos das mulheres e de pessoas de outras identidade de gênero com capacidade de engravidar".
O mesmo tom inclusivo permanece em todo projeto de lei, que já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e será votado nos próximos dias pelo Senado Federal. A expectativa é de anuência da casa.
Abarcar homens trans e pessoas de qualquer identidade que possa gerir um feto não é algo novo no país.
O site oficial da Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito mostra que a demanda dos movimentos sociais é pela inclusão de todas identidades.
Em 2019, o próprio governo federal já tinha feito orientações a respeito de aborto.
O nome do documento, em si, evidencia a rejeição à ideia de que apenas mulheres cisgêneros precisam de cuidados no procedimento: Protocolo para Atenção Integral às Pessoas com Direito à Interrupção Legal da Gravidez.
Nas manifestação de rua, não é raro ver homens trans com lenços verdes, símbolo do movimento de defesa da legalização do aborto. Bandeiras arco-íris também são comuns.
De forma geral, o movimento LGBT apoia integralmente a proposta.
Lenços azuis são usados por quem se opõe ao projeto de lei.