Famosa pelo perfil Ezatamentchy, a transexual Miss Carey morreu, nesta sexta-feira 14 em São Paulo, vítima de tuberculose.
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Carey começou na cena LGBT de Brasília. Á época, ela era hostess da festa Let's Club na extinta filial do clube gay paulistano Blue Space na capital do País.
À nossa reportagem, Thales Sabino, que organizava a festa e é dono da Victoria Haus, famosa boate LGBT de Brasília, lembrou de Carey.
"Durante a semana, ela trabalhava com a gente no escritório da empresa. Depois migrou com nossa equipe na abertura da Victoria Haus", contou.
"Lembro que ela me ajudou a plantar o jardim na tarde da inauguração. Ficamos com as unhas cheias de terra. Miss foi nossa hostess e fazia shows esporadicamente", relembra.
Depois, Miss Carey se juntou a Tales, Estevão Delgado e Aretuza Lovi no projeto Ezatamentchy. "Ela e Aretuza eram nossas musas, rodamos o País nos apresentando em clubes LGBT", diz Thales.
"Quando ela se mudou para São Paulo, com o apoio do Estêvão, decidiu seguir com a transição e descobriu uma nova vida". A partir daí, Miss assumiu sua identidade de Mariana Carey.
"Antes ela se sentia um gay tímido, inseguro. Depois passou a ser uma mulher, como trans se descobriu bonita", diz o empresário.
"Tinhamos um carinho enorme um pelo outro, ela foi uma amiga-confidente. Sempre me dava apoio e defendia a Victoria Haus, era bem engraçada e tinha uma forma ácida de falar, mas era muito carinhosa."
"Ela amava a família e se queixava de não se sentir aceita totalmente. Isso é algo que deixa todos nós tristes. Por mais que tenhamos tentado ajudar dando oportunidades, ajuda e dedicando nossa amizade, nunca substituiríamos o carinho familiar de que ela sentia falta. Miss amava o sobrinho e sentia muita falta de seu irmão mais novo que morreu na adolescência."