Um dos únicos quatro parlamentares abertamente da comunidade LGBT no Congresso Nacional, o deputado David Miranda (PDT-RJ) não concorrerá à reeleição no próximo 2 de outubro.
O anúncio foi feito pelo marido de David, o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, pelas redes sociais, nesta terça-feira 20.
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Miranda está internado na UTI desde 6 de agosto. Ele sofre de uma infecção gastrointestinal, que se irradiou para órgãos como fígado e rins.
Greenwald afirmou que a decisão de retirar a candidatura foi um consenso entre a família e os amigos próximos do casal.
"Isso é uma decisão extretamente difícil. Eu disse desde o começo da internação dele, em 6 de agosto, que a única pessoa que deveria tomar decisões sobre a candidatura do David é David, mas infelizmente essa não é a nossa realidade. Essa decisão caiu em cima de mim e eu consultei todas as pessoas próximas do David e todo mundo está em consenso que essa é a única decisão a ser tomada", disse Greenwald.
David deixou no início de 2022 o Psol após oito anos na legenda e se filiou ao PDT, de Ciro Gomes.
Ele foi vereador pelo Rio de Janeiro entre 2017 e 2019 e em fevereiro de 2019 assumiu a cadeira que seria ocupada na Câmara dos Deputados por Jean Wyllys, que se exilou na Europa após sofrer ameaças de morte.
David é bissexual, assim como Vivi Alves (Psol-PA). Os outros dois parlamentares da comunidade LGBT são o também deputado federal Professor Israel (Rede-DF) e o senador Fabiano Contarato (PT-ES).
O estado de saúde de David ainda é grave, mas estável, segundo seu marido, há pelo menos oito dias.
Aqui explicamos nossa raciocina para solicitar formalmente que o tribunal eleitoral retire das urnas a candidatura de David à reeleição.
— Glenn Greenwald (@ggreenwald) September 20, 2022
Entendemos que muitos ficarão desapontados, mas esperamos que possa entender nossos motivos e precisar priorizar a recuperação de David. pic.twitter.com/dLBjEblMkR