Após dois anos de queda, aumentou o número de assassinato de pessoas trans no Brasil em 2020.
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Relatório divulgado, nesta sexta-feira 29, pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) informa que 175 pessoas trans foram mortas no ano passado.
O número é 41,1% maior que o de 2019 (124), 7% superior ao levantado em 2018 (163) e 43,5% acima da média dos últimos 12 anos (122,5).
Entre 2017 e 2019, a queda tinha sido de 30,7% (de 179 para 124 casos).
Quanto ao número de mortes no ano passado, fevereiro (22), junho e agosto (18 cada) foram os meses com o maior quantitativo. Setembro (8), o menor.
São Paulo é a unidade da Federação com mais registros (29), seguida por Ceará (22), Bahia (19), Minas Gerais (17) e Rio de Janeiro (10). Na outra ponta, o Amapá não teve nenhum assassinato registrado de pessoa trans em 2020.
Por regiões do País, o Nordeste lidera com 43% casos, à frente de Sudeste (34%), Sul (8%), e Norte e Centro-Oeste (7% cada).
Ao todo, 71% dos assassinatos aconteceram em espaços públicos. Das pessoas em que foi possível identificar a idade, 56% tinham entre 15 e 29 anos.
A entidade reconhece que há dificuldade em determinar exatamente a motivação dos homicídios.
"Os dados não seguem um padrão e há muitos casos em que não existe respeito à identidade de gênero ou mesmo ao nome social das vítimas quando da veiculação dos casos na mídia. Isso faz aumentar ainda mais a dificuldade na busca desses dados, além de invisibilizar a motivação do caso", diz o relatório.
Ao mesmo tempo, a entidade afirma que as mortes têm a ver com a identidade de gênero feminino já que, na população em geral, a maioria dos assassinatos é sofrida por homens.
Todos casos relatados no estudo foram de vítimas do gênero feminino. Não foi encontrado nenhum caso de assassinato de homem trans.