A coordenadora do Departamento de Promoção de LGBT do Ministério dos Direitos Humanos, Marina Reidel, criticou protesto que transexuais fizeram contra o espetáculo Gisberta, na sexta-feira 5 em BH.
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Na sexta 5, um segmento da militância trans articulou a manifestação na porta do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) na estreia da peça porque a protagonista da trama é vivida por um homem cisgênero, o ator Luís Lobianco.
A página Aquenda o Xaxo, que não está mais no ar, divulgou manifesto que criticava a escolha de pessoas cis para papéis trans e pedia representatividade para atores transexuais.
Em sua página no Facebook, Marina comparou o protesto com as manifestações conservadoras de 2017 que conseguiram o fim da exposição Queermuseu, em Porto Alegre.
"Estou percebendo que em alguns locais estes manifestos estão sendo réplicas dos movimentos de direita que querem acabar de vez com nossas vidas. Assim aconteceu em Porto Alegre com o fechamento do Queermuseu e em outros locais", escreveu.
"Quando um/uma artista se propõe a pautar nossa realidade deve ser encarado como um trabalho artístico e deve ser respeitado. Claro que o melhor seria termos trabalhos de pessoas trans que vivem essas realidades...mas onde estão estes trabalhos então? Conheço artistas trans que fazem propostas mas porque não estão disputando editais e patrocínios?", questionou.
A peça conta a história da transexual brasileira Gisberta, assassinada cruelmente, em 2006, na cidade do Porto, em Portugal, onde vivia. O espetáculo nasceu de uma ideia do próprio Lobianco, que é gay assumido, ao ouvir a canção Balada para Gisberta, gravada por Maria Bethânia. Ou seja, ele não foi contratado pelo CCBB, mas, sim, apresentou projeto de produção da peça.
O espetáculo já fez temporada em Brasília e no Rio de Janeiro e fica em cartaz em BH até 5 de fevereiro.