Ele é um dos maiores nomes do ativismo LGBT local e nacional. Como nova luta, Marcelo Cerqueira reapresentará seu nome como pleiteante a vaga de vereador da capital baiana, agora como pré-candidato pelo PSB. 

Curta o Guia Gay Salvador no Facebook 

À frente do histórico Grupo Gay da Bahia (GGB) e da parada do orgulho arco-íris da cidade, Cerqueira firma-se nas suas duas décadas de ativismo como base do que pretende fazer no Poder Legislativo. O historiador deseja marcar seu possível mandato com ações voltadas aos direitos humanos, ao respeito à diversidade religiosa e à economia criativa. 

Por que se candidatar a vereador?
Porque a minha história de vida e militância, já são mais de 20 anos, me habilitam a isso. Mas principalmente porque não vejo isso como projeto de vida pessoal, mas uma compreensão clara do que posso fazer por meio da institucionalidade, claro, sem perder jamais o pé nos movimentos sociais.

Quero ser vereador para poder fazer melhor o que venho fazendo ao longo dos anos junto aos LGBT, mas com o entendimento de fazer da cidade um local com acessos e oportunidades para todos. Melhorar os serviços públicos significa melhorar a qualidade de vida das pessoas, das suas comunidades.

Vou trabalhar por uma cidade mais humana possível. Hoje, trabalho para que todos, indistintamente de sua condição de gênero, religião, religiosidade, opção de vida, orientação sexual, vivam melhor, não importando os desafios públicos e condições econômicas, políticas e sociais.

Por que escolheu o PSB?
Faz parte de minha história de vida e relações. Sou uma pessoa socialista, convictamente é por uma sociedade justa que luto. No PSB, eu tenho duas aliadas que são a senadora Lídice da Mata, uma mulher que foi deputada constituinte, e a minha chefa, que admiro muito, a deputada Fabiola Mansur.

Qual será sua principal bandeira?
Se eleito vereador, quero, antes de tudo, fazer do mandato um instrumento coletivo para construir alternativas e viabilizar projetos que promovam economias criativas, cooperativismos, qualificação profissional, principalmente do comércio informal e serviços, funções essas importantíssimas em uma cidade majoritariamente turística, como é nossa querida Salvador.

Ao longo de minha vida de ativista dos direitos humanos, combato tenazmente os crimes de ódio, destacando aqui a homofobia, o racismo, machismo e intolerâncias religiosas. Na cultura, já desenvolvo trabalhos. Tenho certeza de que um mandato parlamentar me dará mais instrumentos para criação de espetáculos culturais, para promover a nossa cidade e os nossos artistas.

Serei como vereador aquilo que faço com ativista: um fiscalizador intransigente do Executivo Municipal, exigindo transparência administrativa e boa aplicação do dinheiro público.

Você acredita que qual será sua maior dificuldade na campanha?
Nosso principal desafio será enfrentar o poder econômico para levar nossa mensagem política. Mas temos uma militância espontânea e vamos para as ruas travar o bom combate.

Os últimos episódios no Brasil, roubalheira na Petrobras, escândalos envolvendo políticos que, ao invés de trabalhar para o povo que os elegeu, se preocupavam onde botar dinheiro, se era na cueca, na meia, em caixas de sapato. Quero ser eleito, continuar andando no meio do povo e nunca deixar de olhar nos olhos de cada pessoa.