Pílula que evita HIV não precisa ser tomada todos os dias, diz OMS

Ministério da Saúde analisa indicação, mas avisa que ainda continua valendo uso diário do medicamento no Brasil

Publicado em 29/07/2019
Nova indicação da OMS: não é mais necessário tomar comprimido que previne HIV todos os dias
Devem ser tomadas 4 pílulas - 2 antes e 2 depois até 48 horas após a relação

A pílula que previne o HIV não precisa mais ser tomada todos os dias. A indicação é da Organização Mundial de Saúde (OMS) que anunciou a novidade na 10ª Conferência da Sociedade Internacional da Aids sobre a Ciência do HIV, realizada na Cidade do México na semana passada.

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A recomendação está em análise na área técnica da Ministério da Saúde. Por enquanto, informa a pasta, continua valendo no Brasil o uso diário da pílula, que é uma combinação dos antirretrovirais tenofovir e emtricitabina, conhecida pelo nome comercial de Truvada e que faz parte da Profilaxia Pré-Exposição ao HIV, chamada de PrEP.

A nova indicação é uma certa mistura da PrEP com a PEP (profilaxia pós-exposição) já que indica tomar pílulas antes e depois de ter relações sexuais.

A OMS afirma que se deve tomar duas pílulas entre duas e 24 horas antes do sexo ocorrer. Após 24 horas da relação, a pessoa toma mais uma pílula. Por fim, mais 24 horas depois (ou seja dois dias após o sexo) é indicado tomar uma última pílula, totalizando quatro.

Se houver relações em dias seguidos, a pessoa toma um comprimido diariamente até 48 horas depois da última relação.

Neste novo esquema, quem fica sem transar, por exemplo, por três semanas ou três meses, não precisa continuar tomando o medicamento. Na indicação que ainda vale no País, mesmo não tendo sexo, o usuário continua tomando o medicamento.

Esta "PrEP sob demanda" que a OMS indica só vale para homens cisgênero que fazem sexo com homens. Estudos ainda vão avaliar se este recurso serve para mulheres (cis ou trans) e homens trans. Será avaliada, dentre outras coisas, o impacto da medicação no trato genital feminino. O regime também não é adequado para quem tem hepatite B crônica.

Apesar da incidência do HIV ser de apenas 0,4% na população em geral, dentre homens gays e bissexuais este índice sobe para 10,5 e dentre mulheres trans e travestis para 31,2%.

A PrEP está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). A maioria dos usuários (82,7%) é de gays e homens bi. Mulheres cisgênero totalizam 8% dos usuários, homens cis héteros são 5,9%, mulheres trans, 3,2% e homens trans, 0,2%.

 


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