O maior estudo sobre comportamento sexual já realizado no mundo tentou elucidar se afinal haveria um "gene gay" há tanto tempo discutido por cientistas e também ativistas LGBT.
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A mais nova informação coloca que a base genética para tentar explicar não só a homossexualidade, mas qualquer orientação sexual, não estaria em apenas um trecho do DNA do ser humano, mas sim de centenas e até milhares de combinações do código genético.
Publicado na revista Science, na sexta-feira 30, o estudo internacional de onde veio essa teoria envolveu os genomas de 408.995 pessoas de 40 a 69 anos, do Biobank do Reino Unido, e de 68.527 pessoas com média de idade de 51 anos, da 23andMe, empresa de genética dos Estados Unidos.
Inicialmente, os cientistas analisaram não um, mas cinco genes que teriam relação com o comportamento do mesmo sexo: dois deles encontrados em homens e mulheres, dois outros apenas em homens e um último apenas em mulheres.
O resultado demonstra, por exemplo, que há mais correlação entre a homossexualidade e a genética dentre gays do que em lésbicas
Entretanto, se considerados juntos, esses genes explicam apenas cerca de 1% da homossexualidade.
Tal fato levou os estudiosos a abandonar a ideia de que a orientação sexual seria determinada por número tão pequeno de genes. Enfim, adeus à ideia de um gene gay.
“Nossa pesquisa mostra que não há um só gene gay, e sim muitíssimos genes que influenciam a probabilidade de que uma pessoa tenha parceiros do mesmo sexo”, diz o geneticista Brendan Zietsch, diretor do Centro de Psicologia e Evolução da Universidade de Queensland, na Austrália.
Pesquisador da Universidade de Murcia, Juan Ramon Ordoñana, que não participou desse estudo, acredita no que foi apontado pela investigação científica.
“Não existe um gene da homossexualidade nem da heterossexualidade nem da inteligência. São comportamentos muito complexos, provavelmente vinculados a centenas ou milhares de variantes genéticas distribuídas por todo o genoma”, disse ao El País.