Pela primeira vez, uma vacina contra o vírus HIV será testada em humanos no Brasil. O Projeto Mosaico inclui também Estados Unidos, Argentina, Peru, México, Itália, Espanha e Polônia.
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Segundo a cientista holandesa Hanneke Schuitemaker, que integra o projeto, os testes começarão no fim deste ano e envolverão 3.800 voluntários destes países.
A especialista apresentou os próximos passos da ação em coletiva de imprensa na 10ª Conferência da Sociedade Internacional da Aids sobre a Ciência do HIV (IAS 2019), na terça-feira 23. na Cidade do México.
"Quando tivermos os resultados sobre esta fase do projeto, vamos juntá-los ao anterior Imbokodo, realizado no continente africano. Esperamos poder consolidar todos os dados dentro de dois anos. Os resultados iniciais do Imbokodo devem ser liberados no final de 2021 e os do Mosaico, que esperamos começar ainda este ano, serão divulgados em 2023", explicou Hanneke.
A pesquisa, de acordo com o G1, trabalha com conceito de vacinas desenvolvidas a partir de um "mosaico" de antígenos.
A imunização comprime uma seleção de subtipos do HIV para induzir respostas imunológicas contra a maior parte das variações do vírus presentes no mundo.
Participantes do estudo recebem quatro doses de imunização e um pacote de prevenção ao vírus que inclui acesso a medicamentos da profilaxia pré-exposição (PrEP).
Os testes se concentram nas populações de risco. Na África são as mulheres - elas representam 60% dos casos de infecção na região, segunda a Agência das Nações Unidas de Luta contra a Aids (Unaids).
Já nas Américas e Europa, dois terços dos novos diagnósticos estão nos homens gays e bissexuais e nas mulheres trans. Receberão a vacina pessoas destes segmentos entre 18 e 60 anos.