Um dos símbolos de Salvador, o sincretismo religioso, agora terá as cores do arco-íris. Com a proposta de incluir todos os fiéis, sem discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero, a cidade ganhou aIgreja GLBT Leão de Judá.
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A congregração foi fundada há poucos dias por Ricardo Moreira de Carvalho (32 anos), que contou com o apoio do esposo, Marcelo Sahade (27). A trajetória espiritual de Carvalho é sólida. "Eu desde os 12 anos fui do meio religioso e sou de família evangélica."
Trata-se da primeira unidade da igreja, que foi fechada em 2005 e que agora volta com foco no trabalho religioso que inclui LGBT. "Segmento que ainda sofre tanto com preconceito e intolerância religiosa", diz o pastor, que é soteropolitano. Inicialmente, há eventos às quartas, sextas e domingos, com preces, hinos, cânticos e debates.
Abrir as portas do estabelecimento no bairro Dois de Julho foi realização de um grande desejo. "Era um sonho de muitos anos, desde que retornei da Itália ao Brasil, em 2012. Entretanto, faltava apoio. Depois que eu conheci o meu atual esposo, decidimos tornar esse sonho em realidade. Foi um caminho de muitas lutas, desafios, criticas e censuras, pouca ajuda e muitas pessoas torcendo contra a nossa realização. Inclusive achávamos que teríamos apoio dos nossos 'amigos do meio GLBT', mas, para nossa surpresa, se mantiveram neutros."
A diversidade está no cerne da Leão de Judá não apenas na questão LGBT. "Não aceitamos que a bíblia seja usada como verdade absoluta. Por essa razão abrimos espaço para outras ferramentas de conhecimento. Valorizamos outras filosofias, tais como alguns ensinamentos do espiritismo, budismo e catolicismo", explicou o pastor ao Guia Gay Salvador. E ele complementa: "O nosso maior legado é promover a paz entre as mais diversas crenças."
Saiba mais sobre a Igreja GLBT Leão de Judá em nosso Roteiro, na seção Igrejas.