Morreu em São Paulo na noite de domingo 15 o cantor Cauby Peixoto. Ele tinha 85 anos e estava internado no Hospital Sancta Maggiore, no Itaim Bibi, zona oeste da cidade. A causa da morte foi pneumonia.
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O artista estava em turnê pelo País junto à cantora Ângela Maria com o show 120 Anos de Música, no qual cantavam canções que marcaram a trajetória de ambos. Eles tinham apresentação marcada na Virada Cultural, no próximo sábado, na capital paulista.
Reconhecido pelo hit Conceição, Cauby era considerado uma das maiores vozes masculinas da música brasileira. Nascido em Niterói (RJ), o cantor lançou o primeiro álbum (Saia Branca) em 1951 e ao longo da carreira gravou inúmeros compositores, como Tom Jobim, Chico Buarque e Caetano Veloso.
Há muitos anos morava na capital paulista com a fã, empresária e cuidadora Nancy Lara, e fez diversas temporadas no Bar Brahma, tradicional e badalado endereço na famosa esquina da Avenida Ipiranga com a Avenida São João, no Centro.
Frequentador de sonhos amorosos e até eróticos de milhares de fãs mulheres ao longo da carreira, o ídolo sempre foi reticente quanto a sua sexualidade. E nas poucas declarações, ele conseguia mais confundir do que esclarecer.
No documentário Cauby - Começaria Tudo Outra Vez, de Nelson Hoineff, que passou pelos cinemas em 2015, o cantor falou sobre sua sexualidade, algo raríssimo em entrevistas. Cauby diz que logo cedo, quando garoto, descobriu que o amor entre homens era perfeito, como o amor entre um homem e uma mulher.
"Eu era um garoto quando ia para os morros transar com os veados. Eu também andava com eles. Transar (assim) era uma coisa natural". Em seguida conta que com o tempo começou "a andar direito". "Depois, eu comecei a ter namoradas." Em outra ocasião, teria dito em um show numa boate gay: "Somos uma gente muito especial".
O velório ocorre na Assembleia Legislativa de São Paulo nesta segunda-feira. O enterro está marcado para 16h no Cemitério Congonhas, zona sul da cidade.