Alunos fecham sala na Ufba em protesto contra homofobia de professor

Docente se defende dizendo que manifestação tem cunho político e alguns dos estudantes sequer frequentam as aulas

Publicado em 10/03/2016
Alunos fazem protesto contra professor acusado de homofobia e machismo na Ufba
Professor leciona na Faculdade de Comunicação da Ufba. Foto: Joá Souza/Ag. A Tarde

Um grupo de estudantes fechou uma sala na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Ufba), na quarta-feira 9. O motivo foi para protestar contra supostos machismo e homofobia de um professor.

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Com cadeiras e mesas, os alunos bloquearam a sala onde Fernando Conceição daria aula. Em nota de repúdio divulgada em redes sociais, os estudantes reportaram alguns considerações feitas pelo professor em sala de aula, como "homem só gosta de mulher bonita e não inteligente", "machismo, racismo e homofobia são opiniões", "livro grosso serve para bater na namorada" e "queria ser bissexual para não ter tido filhos e não ter esse gasto financeiro".

"Condutas como as escaladas acima também rebaixam o valor de nossas vidas", disseram os alunos na nota, "já que banalizam e naturalizam as violências que passamos, tanto simbólicas, quanto físicas, emocionais e sexuais". O texto é assinado por dezenas de alunos e vários coletivos e entidades, além de centros acadêmicos da universidade.

Em resposta, o professor também divulgou uma nota dizendo que as organizações autoras da nota são todas "política, partidária e facciosamente orientadas". Ele afirma que conhece os "caciques" de algumas das organizações, que têm mandatos parlamentares e diz que a nota é mentirosa, suspeita.

"13 das 30 pessoas que assinam a 'nota' não são alunas nas duas turmas da disciplina Comunicação e Atualidade 1 que ministro no presente semestre. Não sei quem são. Duas delas já têm 21 faltas, uma 17 e duas 16 faltas. O semestre mal começou e esses 5 signatários meus alunos ou já perderam ou estão prestes a perder a matéria." Ao jornal A Tarde, Conceição disse que sempre foi defensor das minorias.

Protesto na Ufba
Foto: Alessandra Oliveira/Ag. A Tarde

 


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