Taylor Swift é detonada e alvo de boicote no Brasil

Passagem da estrela pelo Rio foi relacionada a mortes, arrastão, brigas e descaso

Publicado em 20/11/2023
Taylor Swift é alvo de boicote no Brasil
Cantora ainda faz shows no País até o próximo domingo

A passagem de uma estrela pop no Brasil costuma render manchetes, mas como a de Taylor Swift não é exagero dizer que nunca se viu no País.

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Mortes, arrastão, falta d'água, brigas e, agora, um boicote dos próprios fãs contra a cantora tornam a estadia da estadunidense no Brasil como algo inédito no gênero.

Nesta segunda-feira 20, vários termos negativos em relação à artista figuram dentre os mais populares no X, antigo Twitter.

O principal deles é "bilionária". Muitos usuários da rede estão revoltados e acusam a cantora, que mesmo tendo muito dinheiro, não se prontificou a ajudar a família da fã, Ana Clara Benevides.

 

 

Sul-mato-grossense, Ana Clara morreu no início da The Eras Tour, na sexta-feira 17, no Engenhão, no Rio. A estudante de 23 anos estava na grade (primeira fila) do show, começou a passar mal, foi atendida pelo serviço de emergência, mas faleceu por parada cardiorrespiratória.

 

A impossibilidade de entrar com água no estádio, mesmo em meio a um calor sufocante, gerou intenso debate em todo o Brasil, incluindo o de parlamentares com propostas de leis obrigado produtores a oferecer água gratuitamente em eventos.

Fãs de Taylor e de outras divas pop teriam participado da vaquinha on-line aberta para pagar o traslado do corpo. 

Em entrevistas, a família de Ana Clara relatou que não teve nenhum suporte tanto da artista quanto da Time for Fun, que viabilizou os seis shows da cantora no País.

No sábado 18, Taylor começou a ser duramente criticada - incluindo os próprios fãs - por cancelar a apresentação daquela noite poucas horas antes do início, após o público enfrentar calor de mais de 40 graus durante todo o dia.

Ao tentar sair do estádio, alguns fãs foram alvo de um arrastão, o que gerou muitas críticas - mas desta vez à segurança da cidade.

Na madrugada do domingo, outro fã da artista, coincidentemente também de Mato Grosso do Sul, morreu. O estudante Gabriel Mongenot Santana Milhomem Santos, de 25 anos, foi morto a facadas ao reagir a um assalto na Praia de Copacabana. Ele estava na cidade por causa do show.

Nesta segunda, uma briga entre fãs repercutiu ao vivo no SBT - uma brasileira acusava um grupo de colombianas de terem furado a fila. A polícia foi chamada, a brasileira começou a agredir uma das turistas e o vídeo viralizou nas redes sociais.

 

 

Enquanto Taylor se prepava para a última apresentação no Rio - o show desta segunda substitui o que foi cancelado no sábado - fãs e usuários em geral das redes criticam o silêncio da cantora sobre o episódio de Ana Clara.

A estadunidente divulgou apenas uma nota, no sábado, lamentando o ocorrido, e outra, no mesmo dia, avisando sobre o cancelamento da apresentação daquela noite.

Até o nome de Madonna figurou nos trending topics apontando uma suposta diferença gritante no comportamento das duas estrelas frente a adversidades.

Em 2009, após dois operários morrerem e outros se ferirem na montagem do palco de sua turnê em Marselha, na França, Madonna cancelou a apresentação, foi ao hospital, encontrou os familiares e fez homenagem a eles no palco no show seguinte.

 

 

Nomes de outras divas do pop, tais como Beyoncé, Rihanna e Katy Perry também estão sendo bastante citados como exemplos de atitudes louváveis em situações trágicas.

Pelo Instagram, o boicote ao comportamento de Taylor ganhou adesão de Flávio Saturnino, dono do portal Popline.

Em comunicado, o empresário disse ter desistido de ir ao show em São Paulo (Taylor se apresenta nos dias 24, 25 e 26 na capital paulista), acusou a artista de não ter uma comunicação efetiva com seus contratantes e chamou a turnê de Já Eras Tour.

 

 

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