O ginasta Diego Hypolito revelou situações de assédio e constrangedoras a que foi submetido por colegas seus na ginástica artística.
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Ao Jornal Nacional, o atleta contou que quando mais novo, no início da carreira, foi humilhado por outros esportistas da modalidade nos vestiários.
Hypolito detalhou uma das situações: eles passavam pasta de dente em pilhas e faziam com ele que as pegasse com o ânus e as soltasse em um tênis. Caso não conseguisse, ele era obrigado a recomeçar a prática.
"Nesse dia, eu tive ataque epiléptico, e depois, por ter tido ataque epiléptico eu não consegui fazer a 'prova' toda, pelado, porque a gente tinha que colocar com o ânus - não podia ajudar com a mão."
"Você tinha que se agachar, pegar a pilha com o ânus e depois deixar dentro de um tênis, num buraquinho", relembra. "Se a pilha caísse fora, você tinha que voltar e fazer a 'prova de novo'. Eu fiquei muito nervoso com a situação acontencendo, me deu desespero."
Hypolito afirma que treinadores e técnicos tinham conhecimento do que se passava com os ginastas mais jovens.
O atleta disse que tomou coragem de contar para a mãe após ver reportagem no Globo Esporte desta segunda-feira 30, sobre o assédio sexual a que dezenas de ginastas relatam terem sofrido do treinador Fernando de Carvalho Lopes.
Hypolito afirma que nunca sofreu assédio por parte de Lopes. Ao Fantástico, que revelou toda a história, o ginasta já havia dito também que ouvia rumores sobre o assédio do treinador sobre outros garotos, mas que classificou como fofoca.
As primeiras denúncias contra Lopes, que treinou alunos de base no Clube Mesc por 20 anos, em São Bernardo do Campo (SP) datam de 2016.
Ao Fantático, ao menos 40 atletas e ex-atletas relataram ter sofrido algum tipo de abuso por parte do treinador. O treinador foi afastado do clube e nega todas as acusações.