Leonardo Miggiorin afirmou que acha rótulos "limitantes", mas resolveu explicar que é gay e não bissexual como a imprensa divulgou nos últimos meses.
"Não quero ficar a cada entrevista mudando de letra. E estou, sim, disposto a dizer que sou gay e está tudo certo", falou o ator de 41 anos ao Gshow.
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"É esse o meu posicionamento e a minha experiência agora. E não tenho nada a esclarecer, porque não acho necessário. Mas sou gay. Sou gay desde que nasci, desde pequeno, desde que comecei a me entender como pessoa”, disse.*
Em maio, Miggiorin postou em suas redes sociais foto com seu namorado, o produtor João Victor Amado. No mês passado, quando ele resolveu comentar o motivo de ter assumido o relacionamento, a imprensa noticiou que ele era bissexual.
O motivo veio dessa mesma entrevista que ele ao O Globo. O texto diz que uma pessoa que orientava o ator quando Leo tinha 16 anos afirmou que ele "jamais poderia tornar público o fato de ser bissexual."
Na nova entrevista, o artista falou sobre sexo com mulheres. "Acho que os rótulos são limitantes e geram uma polêmica desnecessária. Já tive experiências com homens e com mulheres, e a minha conversa com meus pais foi essa desde o início. Não estou preocupado com qual prateleira vão me colocar, mas parece que a gente precisa se encaixar, né? Então, preciso me limitar, porque pode acontecer uma enxurrada de comentários a partir disso. E se eu namoro um homem hoje, sou gay."
Ele prossegue: "Com as redes sociais, a comunicação se ampliou e vai ampliar ainda mais. E, com isso, é preciso que você seja mais verdadeiro. Até então, era como se eu tivesse me anulado a ponto de não poder incluir alguns aspectos da minha história."
"Dos meus 20 anos para hoje, tenho um certo pesar porque deixei de construir muitos vínculos com medo de expor a minha intimidade. Como você cria uma amizade, se não expõe a troca de experiências e vivências? Já passei por situações de estar conversando com alguém, de ouvir coisas íntimas do outro, e não conseguir contar das minhas coisas. E olha quantas chances perdi, ao longo da minha vida, por não me autorizar a me abrir."
O ator explica como analisou-se para sair do armário.
"O processo de me autorizar foi inevitável. Era perder tudo ou começar a me permitir. Foi um processo de libertação e de reconstrução da autoestima. Porque quando você cresce de uma forma fragmentada, não me permitia mostrar determinados aspectos da minha vida. E isso ficou arraigado na minha cabeça e não conseguia olhar", diz.
"Me sinto mais autêntico e contando a minha verdadeira história, sendo saudável. É libertador. Dá medo de não trabalhar mais publicamente e acho que, sim, esse sempre foi meu maior medo. Me anular por completo esperando um convite de trabalho. E isso não é saudável. Esperar a vida inteira, me escondendo, por uma questão que não é por aí. Não dá mais para ser assim", pondera.
"Meu maior medo era de ser aniquilado, de ser rejeitado e não pertencer a nenhum grupo. E, hoje, sei que não estou sozinho. Sempre tive essa certeza dentro de casa e, para além da minha família, posso expandir minhas relações", diz.
E finaliza: "Estou me sentindo mais leve. Posso sorrir, ser livre."
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