O ator Cassio Scapin criticou a instituição do casamento e afirma que não pode defender algo que exclui homossexuais.
"Vou falar algo que vai fazer todo mundo me odiar, mais preciso falar (risos). Eu sou contra o casamento, não importa se hétero ou gay. Sou contra a instituição chamada casamento", afirmou o ator, que é abertamente gay, ao falar, ao Terra, sobre maior número de personagens LGBT, hoje em dia, em programas infantis.
Ele continua: "Acredito que por trás das críticas a esses programas há uma conceituação errada da família com base no casamento e no conceito tradicional de família. Não há uma preocupação genuína com a infância, como alegam, mas a vontade de manter a estrutura de tradição, família e propriedade, que nada mais é do que um desejo de manter a ordem estabelecida."
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"Só o fim do matrimônio como instituição poderia causar uma desordem econômica e social que levaria a algum lugar, à uma evolução."
"Quando eu digo que sou contra o casamento homoafetivo, é porque ele reproduz um padrão que na verdade foi criado justamente para excluir os gays. Como posso defender uma estrutura que me exclui?"
Famoso por viver o Nino do programa Castelo Rá-Tim-Bum (TV Cultura), que também virou filme e espetáculo, Scapin disse que nunca saiu do armário, pois nunca escondeu seus namorados.
"Nunca escondi nenhum namorado, nunca deixei de me relacionar, só fui vivendo a minha vida dessa forma", disse. "Nunca divulguei, mas não fiz disso uma pauta identitária. Sempre procurei falar mais sobre meu trabalho, evidentemente, para preservar o mínimo de privacidade."
"Quanto ao interesse em tirar as pessoas do armário, na minha concepção isso ocorre porque é bom para o mercado. É vendável. Só acho que não podemos fazer as coisas certas pelos motivos errados, por um fetiche da necessidade de exposição."
Ele aproveitou para comentar que não está mais namorando o farmacêutico Diego Redondaro, 39, mas afirmou que continuam amigos.
Sobre completar 60 anos em dezembro, o artista comentou que a perspectiva de vida muda, mas que tenta manter a boa forma física, sobretudo para encarar os espetáculos teatrais, os quais ele emenda na capital paulista.
"Com 30 anos, você ainda tem o dobro de tempo. Com 40, também. Aos 60, você não dobra mais. Admito que sinto uma certa dificuldade em encarar a rapidez do tempo. Eu busco me cuidar. Muita gente elogia meu corpo, por exemplo, mas eu me exercito e faço balé para me manter funcional, principalmente para dar conta do meu trabalho no teatro."