Bruno Montaleone poderá ser visto em breve num dos papéis mais desafiadores de sua carreira: o do companheiro de Ney Matogrosso na cinebiografia sobre o cantor.
Para viver Marco de Maria em Homem com H, o ator de 28 anos perdeu bastante peso e precisou construir uma personagem que existiu e da qual ele não obteve muitas informações.
Marco era médico e viveu 13 anos com Ney. Foi o cantor quem cuidou dele até sua morte, por complicações do vírus da aids.
"Ah, foram muitos os desafios, fisicamente passei por esses processos que mencionamos, até de emagrecimento, mas não considero que nada disso foi nem de longe o mais desafiador", explicou o ator ao Metrópoles.
Ele continua: "O mais difícil foi não ter muitas informações sobre o Marco disponíveis, o que dificulta uma primeira pesquisa, e depois buscar de toda maneira que podia saber um pouco mais sobre ele, desde na biografia do Ney escrita pelo Julio [Maria] até com o próprio Ney, buscando fazer jus a quem ele foi, e que ele fosse retratado da forma mais fiel possível. O tempo todo, e cada vez mais quando fui conhecendo sua história, estava focado em honrar sua memória."
Sobre as cenas de intimidade que têm no filme [Ney é interpretado por Jesuita Barbosa], Bruno falou: "Acho importante que a gente naturalize as diferentes orientações sexuais, sinto que isso é colocado como um tabu e não deveria ser, o amor entre pessoas do mesmo sexo é algo absolutamente natural e por consequência interpretar um personagem da comunidade LGBTQIA+ também."
O ator também comentou a respeito da crítica que parte da comunidade faz a atores héteros interpretarem gays.
"Antes de tudo eu entendo perfeitamente que seja necessário ter mais representatividade no audiovisual, torço pelo dia em que haja espaço para todos que hoje ainda não se veem devidamente retratados, e se isso acontecesse da maneira que deve, o personagem que você vai interpretar não seria uma questão, mas como existe uma falta de espaços que precisam ser ocupados, e histórias que ainda são pouco contadas, isso acaba por se tornar um ponto e é compreensível. Ao mesmo tempo, atuar é viver outras histórias, emprestar seu corpo em prol de dela e se ver em outra pele. A orientação sexual do ator não deveria ser fator limitante para quem ele pode ou não interpretar."
Dirigido por Esmir Filho, Homem com H deve chegar aos cinemas em dezembro.