Em um relacionamento com Priscila Visman há dois anos, a atriz Bruna Linzmeyer falou sobre os trabalhos após se assumir e também sobre a questão da aparência.
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"Teria sido lésbica muito antes. Perdi milhões de coisas na minha adolescência porque isso não era uma possibilidade", declarou à revista A Criatura, segundo o portal Uai. "Se eu puder fazer por uma menina o que uma atriz famosa poderia ter feito por mim, tá show, tá valendo."
Bruna conta que a cineasta Kitty Féo foi sua primeira namorada e que não escondia de ninguém sua relação homossexual. "Sempre beijei a Kitty, que foi minha primeira namorada, em público, na praia, nos eventos em que a gente estava, entre nossos amigos, não-amigos, agia naturalmente."
"A partir disso começaram alguns questionamentos das pessoas que me amam. Não era uma coisa de: 'Fique dentro do armário, não saia'. E sim de: 'Como será que tá o mundo aí fora? Como isso vai bater na sua vida profissional?'."
"Minha família não tem dinheiro para me sustentar. Desde meus 15 anos pago minhas contas. Esse foi um cuidado das pessoas que me amavam perante um mundo opressor que a gente vive. (...) Perdi contratos de publicidade, não sei se na televisão. Mas outras coisas chegaram, inclusive contratos de publicidade por causa disso", revelou a atriz.
Bruna também falou que quando publica imagens com pelos nas axilas não é para provocar. "Ter pelos e não querer ser mãe não é para provocar. É realmente quem sou. Me surpreende, incomoda, que isso seja uma questão para os outros, uma provocação. "
"A mulher não precisa ser mãe para ser mulher. E uma mulher adulta tem pelos. Então, toda a questão dos pelos me parece pedofilia, porque quem não tem pelos são crianças, são meninas. Por que a gente tem essa ideia de que é sexy mulher sem pelos?"
"Outra questão é a da sujeira. Fomos retiradas dos nossos corpos desde sempre, mas principalmente desde a Idade Média, quando nós mulheres éramos consideradas bruxas por existirmos, por termos pelos, por sermos lésbicas. E por contestarmos o capitalismo, de falarmos: 'Não quero trabalhar 12 horas por dia, não quero ser enfiada para dentro de casa para ser mãe'."