A cantora não-binária Silvino lançou Húmus, manifesto, em forma de videoclipe, contra a violência à comunidade LGBT.
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O trabalho aborda a ausência do debate sobre respeito a LGBT na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e conta com a participação de integrantes da ONG Mães Pela Diversidade.
Gravado em agosto, o vídeo registra o encontro entre jovens, a afetividade e a construção de um memorial LGBT no centro de Santos, no litoral paulista.
Elaborado pelo artista visual Fernando Gois, o memorial de rua conta com nomes de mais de 300 pessoas LGBT executadas no Brasil, segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e do Grupo Gay da Bahia (GGB).
No vídeo, há menção a ativistas pelos direitos de negros e LGBT como Audre Lorde, Marsha P. Johnson e Herbert Daniel.
"Procuramos dados de recortes de raça das execuções de LGBTI no Brasil e não encontramos. Trazer Audre e Marsha no vídeo é apontar esta intersecção, assim como ter Herbert Daniel vestindo uma faixa presidencial é dizer sim ao SUS. É dizer sim a manutenção do tratamento gratuito e universal das pessoas vivendo com HIV/Aids no Brasil", afirma Silvino.
A cantora lançou no ano passado o single Olhos Amarelos, onde revela viver com HIV. Ela foi apontada por Elza Soares como uma promessa da "primavera da diferença".
Em clima festivo, a música é também uma celebração à vida e aos corpos das pessoas que existem e resistem às opressões por conta de suas identidades de gênero e orientações sexuais.
Produzido pela Dois Pontos Filmes, o vídeo também conta com a direção de Thiago Felix, que assina com Linn da Quebrada o clipe Enviadescer. A direção de arte é de Hugo Vicente. A viabilização do projeto foi possível graças a contribuição de 33 pessoas por meio de arrecadação colaborativa on-line.