Um dos eventos LGBT mais tradicionais da capital baiana, o Setembro É Gayboa fala de diversidade durante todo este mês em Salvador.
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Em sua oitava edição, o evento reúne diversas manifestações artísticas no Teatro Gamboa Nova, nos Aflitos.
Nas próximas duas quartas (4 e 11) o espetáculo Soma-Afrontamento, do Coletivo João Ninguém, aborda questões como racismo, homofobia, liberdade de expressão e democracia.
Idealizado pelo ator e rapper Ailson Leite, em 2006, o grupo é composto por artistas independentes unidos pela utilização da arte como ferramenta de inclusão social.
Em todas as quintas, o palco do teatro será tomado pelo Manifesto da Diversidade, que inclui dança, teatro, música e poesia.
Parceria do site Dois Terços com um coletivo de artistas, a ação quer refletir de forma lúdica e poéticas as questões inerentes à opressão sofrida pela comunidade LGBT no País.
As apresentações em ambos os dias começam sempre às 19h.
Aos sábados e domingos, dos dias 8 a 22, o dramaturgo e diretor Roberto Laplagne, comemora 25 anos de carreira com o espetáculo Aquele Último Verão.
A peça fala de dois amigos que percebem que um outro sentimento os envolve e um deles, inesperadamente, se afasta. Duas décadas depois, eles se reeencontram em uma festa de colégio, relembram os momentos felizes e precisam lidar com pendências do passado.
O espetáculo faz duas sessões em cada sábado (16h e 19) e uma aos domingos (19h).
Nas duas últimas quartas do mês, às 19h, haverá apresentações de Amargo - Uma Reflexão Performática sobre Afetividade Negra.
Em cena, o pesquisador Bruno Novais mostra a primeira obra produzida pelo núcleo Dia Adia, criado em 2018 para compartilhar, trocar e difundir temáticas de força coletiva, promovendo lugares de debates sobre o mercado da arte, com oficinas a preços acessíveis ou gratuitas, de diferentes linguagens artísticas, assim como a criação de obras construídas coletivamente.
Costurado por retalhos de histórias de amor de pessoas negras, o espetáculo procura refletir como nos relacionamos atualmente com os outros, com o mundo e internamente, dando visibilidade a histórias negras. Amargo é um solo de dança que fala de afeto, de amor próprio, de violência e resistência.
Sentimentos Gis é o nome do espetáculo solo de dança de Clebson Lima apresentado dentro do projeto Se Mostra Interior no sábado 28, às 19h, e domingo 29, às 17h.
"Dançamos memórias, teorias, ícones, estigmas. Não falaremos apenas sobre a vida de Gis - a transexual que se tornou principal inspiração da pesquisa poética – mas daremos voz aos sentimentos espalhados por ela", explica Lima.
Antes das apresentações dos eventos das quartas e dos domingos, haverá exibição do curta-metragem Maré Kwao de Deise Fatuma, dentro do projeto CineQuebradas.
A obra de Julia Morais trata da percussionista Deise Fatuma, que desenvolve trabalho autoral chamado "Tambor palavra preta", que dialoga com narrativas de mulheres negras por meio de percussão e pensamentos de Audre Lorde, Conceição Evaristo, Maya Angelou, além de suas próprias poesias.
E durante todo o mês e estendendo-se até 31 de outubro, a Galeria Jayme Fygura, no foyer do teatro, conta com a exposição Pretas Estão se Amando, de Annie Ganzala.
Nascida em Salvador e encontrando sua expressão em aquarelas e graffiti, Annie fala, em seus trabalhos, de temas em torno da comunidade negra, especialmente a espiritualidade "e as conexões transatlânticas de vida de mulheres lésbicas negras, na diáspora desde o sul global".
"Essas obras são dedicadas a todas as sapatonas que tiveram que romper muitas barreiras internas e externas colocadas pelo patriarcado, igreja e família para viver o amor e, principalmente, si mesmas", explica a artista, que é historiadora por formação e se dedica ao estudo e vivências relacionadas a gênero na Bahia.
A visita à galeria é gratuita e pode ser realizada de quarta a sábado, de 16h às 19h, e domingo, de 15h às 17h.
Todos os demais eventos têm entrada a R$ 20 (a inteira) e R$ 10 (meia).