Na segunda-feira 9, Nego do Borel lançou o clipe de Me Solta em que aparece com roupas femininas e beijando um modelo bonitão.
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Inúmeros integrantes da comunidade LGBT criticaram o cantor dizendo que era uma ação em busca do "pink money" e lembraram de sua associação com o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ).
Uma curtida em um tuíte que falava bem da pré-candidatura à Presidência do deputado e uma foto do funkeiro ao lado dele rodaram pela internet. Nego do Borel defendeu-se dizendo que não apoia Bolsonaro.
Agora, as pedras chegam de outro lado - dos homofóbicos. Funkeiros têm criticado Nego por causa da roupa e do beijo afirmando que isso vai "contra a essência" do funk.
Em um vídeo em seu canal no YouTube, DJ Rhuivo leva 20 minutos para tentar disfarçar sua homofobia ao atacar o funkeiro.
"Todo lugar tem sua regra e suas leis", diz. "Um teclado quando você vai comprar tem um manual de instrução. O nosso manual de instrução do funk é levar alegria, diversão, mas com sabedoria, sem denegrir o vizinho do lado."
Ou seja, ao beijar um homem Nego do Borel está denegrindo a imagem dos funkeiros? Ser homossexual ou transexual é menor do que ser hétero cis?
Na sequência, DJ Rhuivo repete o discurso de muitos da comunidade LGBT de que o que importou para o funkeiro ao fazer o vídeo foi o dinheiro, mas diz que não deixaria um filho assistir ao clipe "porque tenho que educar meu filho da forma que meu pai me ensinou e tentar fazer evoluir a mente dele".
"Você está querendo mudar a filosofia do funk, irmão", continua DJ Rhuivo e mostra áudio de outros funkeiros com opiniões homofóbicas contra o vídeo de Me Solta.
Rhuivo chama o conteúdo do clipe várias vezes de "palhaçada". Mas e o que seriam os conteúdos absurdamente machistas que depreciam mulheres e impregnam mais da metade das letras desse gênero? Fazem parte da "filosofia do funk"?
Tente assistir ao show de preconceito: