Festival on-line LGBT terá 14 filmes de graça e de vários países

Evento é realizado por soma de representações diplomáticas no Brasil

Publicado em 26/08/2020
Filme sobre Lady Galore, drag queen
Documentário sobre Lady Galore está na programação. Fotos: Divulgação

O evento já é tradicional em Brasília, mas por conta da pandemia este ano o Brasil inteiro poderá usufruir do Festival Internacional de Cinema LGBTI.

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Para a quinta edição do festival - a primeira on-line - foram selecionadas 14 produções de oito países. Todas estarão disponíveis na plataforma LGBTflix de 28 a 30 de agosto.

Dentre os destaques, há a comédia uruguaia Os Golfinhos Vão para o Leste, sobre um gay solitário que descobre que será avô; o documentário holandês Galore, sobre uma drag queen que passará por uma cirurgia de redução de estômago; e a história real de uma esquiadora austríaca intersexo em Erik&Erika.

O evento é possível graças a união de missões diplomáticas coordenada pela Embaixada da Bélgica, com participação das representações da Alemanha, Austrália, Áustria, Dinamarca, Eslovênia, Espanha, Irlanda, Holanda e Uruguai, e parceria com a Delegação Europeia no Brasil.

Juntas, elas reafirmam o compromisso com a igualdade e a dignidade de todos os seres humanos, independentemente da sua orientação sexual ou identidade de gênero. O apoio institucional é das embaixadas do Canadá, Suécia, Suíça e Estados Unidos.

Além dos filmes internacionais, a mostra conta com produções brasileiras, cuja exibição é viabilizada por meio da parceria com o coletivo #VoteLGBT, que assina a curadoria. Desta forma, o evento audiovisual possibilita também trazer reflexões importantes sobre diversidade sexual e de gênero no contexto nacional.

Todos os filmes estarão disponíveis na plataforma no período de 18h de 28 de agosto até 23h59 do dia 30 do mesmo mês, à exceção do filme Erik&Erika, que será transmitido às 20h do dia 29.

Confira as sinopses de todos os filmes do festival:

O Terceiro Casamento
Dir. David Lambert. 2018. 100 min. Bélgica. 14 anos.
Recentemente viúvo e dominado pelo luto, Martin é um gay de 50 e poucos anos que aceita a proposta de um amigo para se casar com Tamara, uma congolesa de 20 anos. Esses dois seres tão diferentes terão que acreditar nesse amor arranjado diante das autoridades migratórias, mas se fingirem por muito tempo poderão encontrar uma forma particular de se amarem.

Erik&Erika
Dir. Reinhold Bilgeri. 2018. 89 min. Áustria. 16 anos.
Erika Schinegger é uma estrela do esqui que se tornou sensação na mídia. Foi aclamada como esquiadora campeã até que um teste de sexo determinou que ela era ele - e Erik(a) passou por rejeição e acusação de fraude. Essa história baseada na vida real configura um conto sobre os tabus da sociedade nos anos 1970.

Erik&Erika: filme fala de famosa pessoa intersexo campeã de esqui
Baseado em história real, 'Erik&Erika' fala de pessoa intersexo

Os Golfinhos Vão para o Leste
Dir. Gonzalo Delgado, Verónica Perrota. 2016. 83 min. Uruguai. 16 anos.
Miguel Angel é uma celebridade extravagante da televisão cujo ápice da fama ficou no passado. Vive recluso em Punta del Este e não encontra sua filha Virginia há anos. Ela decide visitar o pai para retomar o relacionamento, mas ele resiste até ser informado que irá se tornar avô pela primeira vez.

Galore
Dir. Dylan Tonk, Lazlo Tonk. 2019. 74 min. Holanda. 14 anos.
Após quase uma década nos palcos, Lady Galore é uma figura valorizada na cena drag europeia. Mas tanta dedicação tem seu preço. Sander den Baas, o homem que dá vida a Lady Galore, passa por problemas de saúde e precisa fazer uma cirurgia de redução de estômago. Ele poderá ficar mais saudável, mas o que restará de Lady Galore?

52 Terças-feiras
Dir. Sophie Hyde. 2013. 104 min. Austrália. 16 anos. 
Aos 16 anos, a trajetória da menina Billie para uma vida independente é acelerada quando sua mãe revela planos de transição de gênero. Ela é obrigada a se mudar para a casa do pai, e agora só pode ficar ao lado de sua mãe nas tardes de terça-feira, momentos em que aprende sobre afeto e sexualidade. 

Filme 52 Terças-Feiras de Sophie Hyde fala de transição de gênero
Transição de gênero é tema do australiano '52 Terças-feiras'

Amphi
Dir. Mathias Broe. 2018. 30 min. Dinamarca. 14 anos.
Três jovens que não se conhecem são colocados em um anfiteatro abandonado e começam a trabalhar em um projeto de arte que envolve seus corpos. Uma intimidade se desenvolve entre eles, e conversas sobre fluidez sexual emergem. Os estranhos se tornam confidentes e suas vergonhas, medos e segredos acabam sendo revelados.

Nobody Passes Perfectly
Dir. Saskia Bisp. 2009. 43 min. Dinamarca. 14 anos.
A coragem de alguém que decide mudar radicalmente é contada com sutileza. Tomka namora Lotte e vai passar por um processo de transição de gênero. O que essa nova fase vai mudar no relacionamento é uma questão que intriga as personagens. Uma reflexão que questiona o entendimento de gênero centrado em perspectivas biológicas.

Filme Nobody Passes Perfectly de Saskia Bisp fala de transexuais
Transexualidade também é tema de 'Nobody Passes Perfectly'

Por 80 Dias
Dir. José Mari Goenaga, Jon Garaño. 2010. 105 min. Espanha. Livre.
Axun é uma mulher de 70 anos. Um dia ela precisa ir ao hospital e esbarra com Maitê, sua amiga da adolescência. Elas logo percebem que a afinidade continua a mesma de cinquenta anos atrás e se divertem muito com o reencontro. Até que Axun descobre que Maitê é lésbica, o que resulta em sentimentos conflituosos.

Meu Corpo é Político
Dir. Alice Riff, 2017, 71 min, Brasil. 12 anos.
O filme aborda o cotidiano de quatro militantes LGBT que vivem em periferias de São Paulo. A partir da intimidade e do contexto social dos personagens, o documentário levanta questões contemporâneas sobre a população trans e suas disputas políticas.

Meu Corpo É Político
Cotidiano de militantes LGBT na periferia paulistana dá o tom de 'Meu Corpo É Político'

Quebramar
Dir. Cris Lyra, 2019, 27 min, Brasil. Livre.
Jovens lésbicas de São Paulo viajam a uma praia deserta para passar o Ano Novo. Lá, constróem refúgio físico e emocional para seus corpos e afetos por meio da amizade e da música. Nesse ambiente seguro e de cuidados mútuos, podem relaxar.

Terra sem Pecado
Dir. Marcelo Costa, 2019, 20 min, Brasil.
O documentário em curta-metragem tem como proposta principal abordar a questão da diversidade sexual entre os indígenas do Brasil. Atualmente os indígenas LGBT sofrem preconceito dos próprios parentes, que reproduzem um comportamento que não faz parte de suas tradições. E quando saem de suas aldeias para os centros urbanos, sofrem duplo preconceito, por serem indígenas e por serem LGBT.

Minha História É Outra
Dir. Mariana Campos, 2019, 22 min, Brasil. 
O amor entre mulheres negras é mais que uma história de amor? Niázia, moradora do Morro da Otto, abre a sua casa para compartilhar as camadas mais importantes na busca por essa resposta. Já a estudante de direito Leilane nos apresenta os desafios e possibilidades de construir uma jornada de afeto com Camila. 

Minha História É Outra: filme sobre mulheres lésbicas de Mariana Campos
Curta sobre romances lésbicos, 'Minha História É Outra' terá exibição no festival

MC Jess
Dir. Carla Villa-Lobos, 2018, 20 min, Brasil. 14 anos.
Jéssica tem que enfrentar o preconceito cotidiano. Encontra na arte uma forma de se expressar e superar suas inseguranças.

Que os Olhos Ruins Não Te Enxerguem
Dir. Roberto Maty, 2019, 74 min, Brasil.
O documentário se propõe a discutir a diversidade de gênero, classe e raça dentro da comunidade LGBT na periferia de São Paulo. São personagens percorrendo a metrópole ao mesmo tempo que narram suas vidas, seus sonhos e afetos.

 


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