Com duelo de neo-divas pop, boys magia de arrasar, presença de LGBT e uma homenagem bastante criticada feita por Madonna, a MTV entregou o seu Video Music Awards 2018 (VMA) nesta segunda-feira 20.
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Quem esperava supremacia de Childish Gambino com seu This Is America (de longe, o melhor clipe do ano), errou. O rapper levou apenas três estatuetas, recorde da noite: direção, coreografia e clipe com mensagem.
A também rapper Cardi B, rainha atual dos featurings, levou outros três astronautas de prata - melhor revelação, música do verão (I Like It, com J Balvin) e colaboração (Dinero, participação dela no single de Jennifer Lopez junto com DJ Khaled).
Aos 49 anos e belíssima- para variar - JLo surgiu esfuziante para dançar alguns de seus hits (tais como On the Floor e Jenny from the Block) antes de receber o Prêmio Vanguarda do ano.
Mas foram as novas divas as responsáveis por movimentar a internet. Fãs de Camila Cabello e Ariana Grande travaram um duelo nas redes sociais ovacionando a sua estrela e alfinetando a concorrente.
Ariana ganhou apenas melhor vídeo pop (No Tears Left to Cry), mas fez uma das mais elogiadas apresentações da noite. Com menção à Santa Ceia, a artista cantou o novo hino de empoderamento feminino God Is a Woman e levou a mãe e a avó para o palco.
Camila se deu melhor nos prêmios - ganhou como artista e vídeo do ano (Havana, com Young Thug) e ficou emocionadíssima ao receber o troféu de melhor vídeo das mãos de Madonna. Ela disse conhecer todas as músicas e clipes da cantora, abaixou-se para fazer uma reverência à diva pop e dedicou seu prêmio a ela.
Conhecida pelos seus fãs como a "Jesus lésbica", Hayley Kiyoko faturou a categoria de artista push do ano. Outro membro da comunidade LGBT, Brendon Urie, que recentemente assumiu-se bissexual, não ganhou prêmio mas cantou. O vocalista e sua banda Panic! At the Disco apresentaram a canção High Hopes.
Entrando na seara dos boys, os dois mais comentados se apresentaram no início e no finalzinho da noite. Shawn Mendes fez a abertura da premiação com In My Blood e levou a manjada - e desnecessária - chuva para o palco. Fãs, nas redes sociais, enlouqueceram com o canadense de 20 anos molhadinho.
Penúltimo a cantar, o colombiano Maluma fez sua estreia no VMA com Felices los 4. Vestindo figurino preto e prateado e com peito à mostra, o gatão mostrou que os latinos dão banho de sensualidade.
Ele, no entanto, não saiu imune às críticas - o cantor cercou-se de inúmeras mulheres de maiô (com direito a beijo na boca em uma delas no final), o que foi taxado por alguns como uma performance machista e sexista.
Mas ninguém recebeu tantas críticas na internet do que Madonna. A Rainha do Pop surgiu após um breve clipe de Aretha Franklin (morta na última quinta-feira 16) e com uma imagem da cantora atrás de si.
Madonna lembrou que foi com uma música da Rainha do Soul que ela tentou a primeira audição na vida com dois produtores franceses. Com sua ironia habitual, e cheia de palavrões, a cantora fez menção ao início da carreira, quando chegou a Nova York com 35 dólares no bolso e morou em um prédio repleto de viciados em crack.
Muitas pessoas definiram sua participação como um "momento de tributo a Aretha em que Madonna só falou de si mesma". Madonna errou, mas a produção do prêmio também.
Veja bem, a pop star completou 60 anos na semana passada e estava no Marrocos até o fim de semana. Logicamente, o VMA já a havia convidado para entregar a estatueta principal da noite (melhor vídeo) semanas atrás.
O convite a Madonna foi uma espécie de homenagear quem mais fez pela MTV na história da música - seja com clipes ou apresentações durante mais de 30 anos.
O discurso da Rainha do Pop deveria ser breve e com menção ao que ela tem em comum com a emissora. Mas Aretha morreu (coincidentemente no aniversário de Madonna) e tudo mudou.
Como já teriam a presença de uma rainha no palco, os produtores do show não devem ter pensado duas vezes em pedir que ela prestasse um pequeno tributo à outra rainha. Afinal, foi Madonna quem homenageou Michael Jackson, no mesmo VMA, e Prince, no Billboard Awards.
Isso embaralhou sua breve participação. Madonna teria de falar de si mesma e de Aretha. Ela escolheu contar um momento de sua trajetória que fazia menção à diva morta.
Seu erro foi ter sido prolixa demais. Cortasse 50% ao menos de seu discurso e teríamos entendido tudo. Foi nítido que já havia um outro discurso pronto quando ela após toda essa passagem do início da sua vida que lembrava Arteha, fez um adendo à sua fala lembrando da apresentação histórica que fez no primeiro VMA, em 1984, vestida de noiva com Like a Virgin.
O ideal era que o tributo a Aretha tivesse sido feito em outro momento do show, sem histórias e com alguma cantora fazendo uma cover de um hit seu. Pouco tempo de preparação? Como lembraram no Twitter, era possível, já que o Grammy colocou Jennifer Hudson cantanto Whitney um dia após sua morte.