Por Marcio Claesen
Estreou nas plataformas digitais nesta quinta-feira 17 o drama teen sul-africano Canário.
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Ambientado em 1985, o filme de Christian Olwagen acompanha o período em que o jovem Johan (Schaik Bezuidenhout) é convocado para servir ao Exército.
Gay enrustido e com grandes questões de autoaceitação, Johan passa no teste para ser um dos canários, como é chamado o coral das Forças Armadas, que leva música para familiares de soldados que estão no front de guerra.
Com doses de humor e romance e muita delicadeza, Canário tem bons ingredientes que o fazem se destacar da média de produções LGBT disponíveis nos últimos tempos.
Veja 4 razões para assisti-lo:
1. Johan
O adolescente de 18 anos é um poço de conflitos, nada diferente de muitos outros que encontramos ou que já fomos na vida. A seriedade com que Bezuindenhout encara o trabalho sem se valer de maneirismos dá uma dimensão humana e dolorida do personagem, mas com esperança o suficiente para que continuemos assistindo e sabermos onde essa história vai levar.
2. A cultura pop
Johan é aficcionado por Boy George, que à época estava no auge e à frente do Culture Club. Um cantor gay (mesmo que não assumido) e que se montava nas apresentações e videoclipes causa fascínio no garoto que vê nele a liberdade que gostaria de vivenciar. Referências a Duran Duran, Michael Jackson e Bronski Beat, dentre outros, também estão presentes no longa.
3. A África do Sul
Estamos pouco acostumados a ver a África do Sul nas telas, portanto, é interessante assistir a outras realidades e paisagens. Canário se passa em uma época em que a nação ainda vivia o Apartheid e negros tinham pouca (ou nenhuma) voz na sociedade. A questão não é o foco do filme, mas há ao menos uma cena - bastante dura e sem rodeios - em que uma mulher traz o assunto à tona.
4. Os prêmios
Canário já rodou o mundo e ganhou destaque em inúmeros eventos cinematográficos. Destacam-se: melhor direção e narrativa internacional no Out on Film de Atlanta (EUA), segundo lugar no prêmio do júri no OutShine Film Festival de Fort Lauderdale (EUA) e inúmeros troféus no Silver Screen Festival, de Cidade do Cabo, como filme, direção e edição.