Por Welton Trindade, ativista LGBT.
Nesta quarta 8, ao portal Uol, o branco, cisgênero, classe média, padrão, ex-ginasta Diego Hypolito revelou-se ser o alvo completo de um bando desumanizador que habita certa parte do movimento LGBT: gay e heteronormativo (embora esse conceito seja tão ridículo quanto quem o profere)!
Ele contou sua história! E são seguidos tapas na cara das pessoas que professam a ideia de "privilégio" dentre LGBT!
Disse o "gay-branco-cisgênero-classe-média-padrão-heterormativo": "Eu fui [à balada gay] todo disfarçado: boné, óculos escuros, capuz. Isso se repetiria nos anos seguintes, era ridículo. Eu sempre morri de medo de me descobrirem".
Disse o "gay-branco-cisgênero-classe-média-padrão-heterormativo": "Eu tinha vergonha porque na minha cabeça ser gay era ser um demônio, um ser amaldiçoado que vive em pecado".
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Disse o "gay-branco-cisgênero-classe-média-padrão-heterormativo": "Eu vivi a solidão de não ter ninguém com quem eu pudesse compartilhar os dilemas de ser uma pessoa gay numa sociedade preconceituosa."
Disse o "gay-branco-cisgênero-classe-média-padrão-heterormativo": [Depois de se assumir para a famíila] "Eu me afastei deles por quase um ano, cheguei a perder um Natal por causa desse clima ruim."
Disse o "gay-branco-cisgênero-classe-média-padrão-heterormativo": "Aos 32 anos, fui [a uma festa gay] pela primeira vez de cara limpa, sem disfarce, sem ter vergonha de ser quem sou, de viver o que eu quero viver."
Digamos nós: que tipo de privilégio é viver esse calvário? Ser gay, branco, cisgênero, classe média, padrão e/ou "heteronormativo" torna alguém menos humano? Incólume ao preconceito tão múltiplo, pontiagudo e capaz de ferir todo mundo? Dá a alguém o direito de tornar essa pessoa uma coisa e desconsiderar as dores que ela sente?
Digam os que falam de privilégios dentre nós LGBT, fazem olimpíada de opressão, deixam de lutar contra toda e qualquer dor para eleger apenas algumas como "dignas" e ainda com base em pré-julgamentos anulam a dor de pessoas tais como Diego Hypolito.... Não digam, calem a boca!