Religiosos barram projeto pró-LGBT de Marielle Franco

Das 6 propostas da vereadora assassinada, a criação de um dia para celebrar o orgulho arco-íris não deve passar

Publicado em 03/05/2018
Marielle Franco - proposta pró-LGBT é barrada por evangélicos
Marielle dará nome à tribuna do plenário da Câmara de Vereadores do Rio

Uma das formas de homenagear a vereadora Marielle Franco, assassinada em 14 de março, era a de aprovar seis projetos de lei de sua autoria na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, na quarta-feira 2.

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Mas a bancada religiosa mostrou suas garras. Três propostas que tratam de questões de sexualidade sofreram resistência.

Seria simbólico, mas o PL 72/2017 que criaria o Dia de Luta contra a Homofobia, Lesbofobia, Bifobia e Transfobia e o colocaria no calendário oficial da cidade teve votação adiada.

Dentre os argumentos, algumas bizarrices. O vereador Cláudio Castro (PSC), ligado à Igreja Católica, que pediu o adiamento, tentou explicar.  

"Hoje, existe uma discussão muito concentrada em uma camada da população que sofre discriminação. Esse debate tem que ser ampliado. Existem outros preconceitos, como o contra gagos", disse, segundo O Globo.

"Há uma resistência da bancada fundamentalista em relação a questões envolvendo LGBT. A aprovação da data era simbólica para a causa. Mas a questão religiosa pesa na Casa", disse o vereador Professor Tarcísio (Psol).

Já as propostas que tratam da realização de uma campanha permanente contra a violência sexual e a da criação de um terceiro turno em creches para atender a pais que trabalham à noite podem ser aprovadas em uma segunda discussão, porém com emendas dos religiosos retirando qualquer referência à questão de gênero.

As outras três propostas foram aprovadas: a inclusão do Dia de Thereza de Benguela ao Dia da Mulher Negra, em homenagem à lider quilombola; a criação do Dossiê Mulher Carioca, para auxiliar a formulação de políticas públicas voltadas à saúde da mulher; e a efetivação de medidas socioeducativas impostas pelo Judiciário para adolescentes infratores.

Também houve resistência, ao menos de parte de um vereador, a dar o nome de Marielle à tribuna do plenário. O vereador Otoni de Paula (PSC), da bancada evangélica, anunciou voto contra alegando que a morte ainda não está esclarecida. Ele foi voto vencido.

A viúva de Marielle, Mônica Benício, acompanhou a sessão junto a outras 60 pessoas.


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