Um coletivo LGBT denunciou ser vítima de discriminação e violência em Gana, no Oeste do continente africano.
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Em suas redes sociais, o LGBT+ Rights Ghana divulgou, no último dia 24, imagens em que se vê a polícia na porta de suas instalações.
"Esta manhã nosso escritório foi invadido pela Segurança Nacional. Há poucos dias, líderes tradicionais ameaçaram incendiar nosso escritório, mas a polícia não fez nada", escreveram.
"No momento, não temos mais acesso ao nosso espaço e nossa segurança está sendo ameaçada. Apelamos a todas as organizações de direitos humanos e aliados para denunciarem estes atentados e crimes de ódio de que somos vítimas."
Segundo o site Africa News, a invasão da sede da entidade foi realizada após pedido de lideranças muçulmanas e cristãs locais. A associação, criada em 2018, funcionava naquele espaço há algumas semanas.
O proprietário do imóvel contou que não sabia quando fechou contrato de que ali se instalaria uma entidade LGBT. Caso soubesse, não teria permitido.
No país, de 30 milhões de habitantes, relações homossexuais entre homens são ilegais e podem ser punidas com até três anos de prisão, embora em grandes cidades como Accra e Kumasi haja mais tolerãncia.
Em setembro de 2015, um candidato à Presidência do país, George Boateng, propôs que a população atirasse em "corruptos, gays e lésbicas". Houve vários ataques homofóbicos na nação naquele ano.
Em novembro de 2013, o Ministério da Educação decretou perseguição de estudantes considerados gays ou lésbicas após denúncia de uma estudante que teria se sentido pressionada por colegas a "praticar o lesbianismo". No mesmo ano, 53 estudantes foram expulsos por duas escolas por supostamente serem homossexuais.
Em 2017, pouco depois de chegar ao poder, o presidente ganense, Nana Akufo-Addo, afirmou que era só questão de tempo para que as relações homossexuais sejam legalizadas no país. No entanto, a intolerância da sociedade ainda é grande e ele foi criticado inclusive pela mídia local.