Uma das únicas atrizes famosas a revelar o voto em Jair Bolsonaro (PSL), Regina Duarte explicou o motivo da escolha e minimizou a homofobia atrelada ao candidato à Presidência da República.
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"Quando conheci o Bolsonaro pessoalmente, encontrei um cara doce, um homem dos anos 1950, como meu pai, e que faz brincadeiras homofóbicas, mas é da boca pra fora, um jeito masculino que vem desde Monteiro Lobato, que chamava o brasileiro de preguiçoso e que dizia que lugar de negro é na cozinha", disse a atriz ao jornal O Estado de S.Paulo.
O jornalista comenta que Bolsonaro passa a imagem de truculento quanto a temas como homossexualidade, feminismo e populações negra e indígena. "São imagens montadas, pois mostram a reação dele, mas não a de quem provocou a reação. É unilateral", acredita Regina.
"Quando souberam que ele ia se candidatar, começaram a editar todas as gravações e também a provocá-lo para que reagisse a seu estilo, que é brincalhão, machão. Daí fica a imagem de um homem tosco, bruto", continua.
"Acredito que 80% dessas reações eram brincadeiras dele: você manda uma porrada e ele devolve outra. O homem com quem conversei durante 65 minutos quer chegar lá democraticamente, seguindo todas as regras das nossas instituições. Ele não estudou filosofia, mas o importante é seu preparo para nos proteger da roubalheira descarada. Bolsonaro é fruto do País, é resultado dos erros monstruosos do PT e da falta de mea-culpa."
A atriz diz que passou a ver Bolsonaro com outros olhos há alguns meses por influência do filho mais novo. No primeiro turno, ela afirma que tinha outras opções de voto, como Geraldo Alckmin (PSDB) e João Amôed (Novo), mas que "caíram fichas inacreditáveis, como as omissões do PSDB".
"Foi tudo ficando muito feio", diz. "Quantos equívocos, quantos enganos! Foi quando notei o tamanho da adesão desse país ao Bolsonaro e pensei: eu sou esse país, eu sou a namoradinha desse país."