Morreu, nesta terça-feira 21, no Rio de Janeiro, o psicanalista e ativista gay Eliseu Neto.
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Eliseu tinha 45 anos e sofria da Síndrome de Guillain Barré, doença autoimune que causa dentre outras debilidades, fraqueza nas pernas.
Desde 2023, ele necessitava de uso de cadeira de rodas. Ele passou a manifestar a doença após a pandemia da covid-19.
Ex-assessor parlamentar, Eliseu foi um dos três nomes - junto ao educador e ativista Toni Reis e ao advogado e também ativista Paulo Iotti - responsáveis pela criminalização da homofobia e da transfobia no Brasil. Em junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal equiparou a discriminação a LGBT ao crime de racismo. Entenda aqui como isso aconteceu.
Em 2020, o ativista foi peça importante na derrubada ao veto à doação de sangue por gays, bissexuais e mulheres transexuais.
Ele foi um dos criadores do Dia da Afirmação Gay, celebrado em 28 de fevereiro.
Coordenador setorial LGBT do partido Cidadania, Eliseu também foi fundamental para que o Congresso Nacional fosse iluminado nas cores do arco-íris pela primeira vez em 2020, em uma iniciativa do coletivo Brasília Orgulho.
Antes disso, Eliseu já havia sido um dos articuladores e redatores da lei estadual contra a homofobia no Estado do Rio de Janeiro, em 2016.
Nas redes sociais, personalidades lamentaram a morte do ativista.
O Cidadania lamentou "com profundo pesar a perda de forma precoce e irreparável" do ativista.
A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) pontuou uma de suas conquistas. "Eliseu foi autor, professor universitário, liderança do Cidadania e responsável pela criminalização da LGBTFobia no STF", escreveu.
O jornalista Fefito disse estar "arrasado" pela morte de Eliseu que "foi grande ativista na lista pelos direitos LGBTs".
Ex-presidente nacional do Cidadania, o ex-ministro, deputado e senador Roberto Freire também fez depoimento de pesar.
"Acabei de saber da morte de um amigo que fiz na convivência no PPS/Cidadania, Eliseu Neto. Meu mais profundo sentimento. Eliseu era psicanalista, psicólogo, ativista e psicopedagogo, especialista em orientação profissional e principalmente um defensor dos direitos da comunidade LGBT. Lembro da sua tenacidade e luta como o grande responsável pela criminalização da homofobia no Brasil, decisão do STF na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, por mim assinado como presidente do PPS. Meus pêsames a família, seus amigos e admiradores", escreveu.
O velório se realizará às 13h30 e a cerimônia de cremação às 16h30 no Crematório e Cemitério Vertical da Penitência, zona norte do Rio, nesta quarta-feira 22.