Vários casais de gays e lésbicas norte-americanos têm apressado seus casamentos por receio de perder esse direito.
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O medo tem sentido: a nova juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos, Amy Coney Barrett, fez a balança oscilar ainda mais para o lado dos conservadores: são seis contra três agora na instância judiciária máxima do país. Um novo julgamento poderia anular o direito conquistado em 2015 na corte.
Tori Jameson, que ministra cerimônias, organizou série de casamentos do lado de fora da prefeitura da cidade de St. Louis.
"Eu nunca poderia ter imaginado tudo o que aconteceu nos últimos quatro anos, então não posso assumir que sei o que os próximos quatro anos trarão", disse à NBC News.
Capelães, fotógrafos, doces e decoração foram pensados por Jameson. "Foi muito importante dar às pessoas um grande evento público para ter um pouco alegria", afirmou. "Foi um protesto, mas também uma forma de comemorar."
Durante audiências de confirmação no Senado Federal de seu nome para a Suprema Corte, Barrett indicou que se houvesse contestação da decisão do mesma Corte de 2015 que legalizou as uniões homossexuais, é provável que os tribunais inferiores "encerrassem o processo" antes que chegasse à instância máxima.
No entanto, poucos meses após a legalização, Barrett assinou carta aberta aos bispos católicos definindo casamento como "compromisso indissolúvel de um homem e uma mulher".
No Brasil, em 2018, algo similar ocorreu após a desembargadora Maria Berenice Dias sugerir que Jair Bolsonaro poderia anular o direito ao matrimônio no Brasil ao tomar posse como presidente da República no ano seguinte.
Entretanto, a possibilidade era nula pois um presidente da República não pode anular decisão tomada no campo judicial avaliada pelo Supremo Tribunal Federal. De toda forma, foi criado alarmismo e muitos casais anteciparam o casamento.